Foi realizado na comunidade
de Amarante, município de Serrolândia, o curso de Casa de Semente, através do
Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) da Articulação Semiárido Brasileiro
(ASA), executado pela Cooperativa de Trabalho e Assistência à Agricultura
Familiar Sustentável do Pimonte (COFASPI).
Na oportunidade, a instrutora
Daniela Alves (estudante de Engenharia Agrônoma) apresentou e instigou as
discussões sobre o processo de construção, cuidado e manutenção das casas de
sementes, além da importância, da organização e o beneficiamento dessa prática.
Proporcionando assim, momentos de troca de experiência e conhecimento entre
agricultores e agricultoras, em um espaço de incentivo e fortalecimento a essa rica
estratégia de Convivência com o Semiárido.
Outros
pontos discutidos sobre a prática de armazenamento de sementes, deu-se pela:
garantia da diversidade, autonomia, controle das sementes crioulas e
independência das empresas de sementes, que tentam convencer os agricultores/as
a utilizarem os seus pacotes de sementes, alegando que os mesmos garantem maior
produtividade e lucro, e assim, inserem nas comunidades a utilização dos
Híbridos e Transgênicos que comprometem a diversidade das sementes local e
submetem os agricultores a dependência de sementes vindas de fora, que muitas
vezes não se desenvolvem bem nas condições climáticas da comunidade, sem utilização
de adubação química. Influenciando ainda na alimentação dos povos das
comunidades.
No
decorrer do curso os participantes fizeram um resgate das sementes que já
existiram na comunidade e foram perdidas pela falta dessa prática de armazenar.
“Perdemos muitos tipos de sementes por aqui. (...) Isso ocorreu porque nós
muitas vezes deixamos de acreditar na nossa semente no que é nosso para
acreditar e buscar o que vem de fora, esquecendo-se de nossas sementes e da
nossa identidade. E as vezes por uma falta de planejamento quando chega o
período de plantio semeamos toda a semente que temos não nos preocupando em
deixar um pouco desta semente para caso não conseguirmos ter boa colheita”.
O agricultor Dalmir, fala da sua
experiência em armazenar suas sementes em casa. “Sempre reservo um canto lá em
casa para guardar minhas sementes, já tenho essa prática há muitos anos. Agora com
o curso fortaleceu meu interesse em armazenar também no coletivo.”, afirma o
senhor Dalmir.
O curso foi avaliado de forma
produtivo, deixando a comunidade animada e comprometida em dar os próximos
passos para a consolidação da construção da Casa de Semente Comunitária. “Foi
bastante produtivo ficamos conhecendo a importância das casas de sementes para
nos agricultores e os cuidados que temos que ter com as nossas sementes e agora
vamos nos organizar para por em prática o que aprendemos aqui” disse a
agricultora Anailda.
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