Visita à comunidade rural no município baiano de Várzea da Roça
integra atividades da Rota Estratégica de Aprendizagem do Programa
Semear
A experiência da
Associação Comunitária de Lagoa da Preta e Capoeira do Milho, localizada na
zona rural do município de Várzea da Roça-BA, foi a primeira a ser visitada
pelo grupo da segunda Rota Estratégica de Aprendizagem do Programa Semear –
Gestão do Conhecimento em Zonas Semiáridas do Nordeste brasileiro. O grupo, que
saiu de Juazeiro hoje pela manhã (09), foi recebido pela comunidade com um
diversificado almoço agroecológico.
Após o almoço, a
representante do Colegiado do Território da Bacia do Jacuípe, Joilma Reis Rios,
fez uma apresentação para contextualizar as questões do Território. Joilma, que
há três anos integra o Colegiado, contou que o Território é formado por 14
municípios, tendo a cidade de Pintadas como sede, somando aproximadamente 230
mil habitantes. Cerca de 50% da população, segundo Joilma, mora na zona rural.
Em relação ao tema da segunda edição da Rota Estratégica de Aprendizagem,
Joilma afirma que as ações voltadas para a promoção da Agroecologia no
Território ainda são iniciativas isoladas e que o acesso aos mercados institucionais
por parte da Agricultura Familiar tem acontecido de maneira ainda tímida.
Em seguida, a
comunidade apresentou os marcos dos 21 anos da Associação Comunitária de Lagoa
da Preta e Capoeira do Milho. Por meio de uma linha do tempo, Seu José, que é
agricultor e foi o primeiro presidente da Associação, contou as conquistas e as
dificuldades. “Fundamos a Associação para desenvolver a comunidade e organizar
nossos trabalhos. Inicialmente, eram 55 associados, mas, depois, com a
dificuldade do trabalho coletivo, 15 saíram e hoje somos 40”. Seu Zézo, como é
chamado na comunidade, explica ainda que a Associação se divide em grupos
produtivos – Casa de Farinha e Casa de Ração, Roça Comunitária e Grupo
Produtivo de Mulheres. Além disso, tem um coordenador de Fundo Rotativo para
que a Associação tenha sempre um fundo reserva.
Gerivaldo Araújo
Santana, atual presidente da Associação, afirma que todo o trabalho que
desenvolvem é para a melhoria da comunidade. “Não queremos ser melhor, mas
queremos ser sempre diferentes. Sabemos a importância da caatinga e trabalhamos
para melhorar os efeitos da devastação. Em dois anos de estiagem, nunca morreu
nenhum gado aqui”, explica.
A jovem Ivanessa da
Cruz Souza, agricultora e integrante do grupo de mulheres, mostrou aos
visitantes toda a produção de seis tipos de sequilhos, bolos e chibata (bolinho
de puba enrolado na palha) que é vendido na feira da cidade e para o PNAE.
“Toda segunda-feira vendemos nossos produtos na feira da cidade”, conta.
Ivanessa avalia a participação da comunidade na Rota Estratégica de
Aprendizagem como enriquecedora: “essa experiência de troca nos engrandece e
aumenta o nosso valor enquanto mulheres”.
A Associação
Comunitária de Lagoa da Preta e Capoeira do Milho foi fundada em 1992 a partir da
comunidade religiosa de Lagoa da Preta que, junto com as comunidades de Lagoa
Danta e Capoeira do Milho, realizava trabalhos comunitários em mutirão para a
construção de casas e cisternas. A Associação foi criada com a finalidade de
atuar para o desenvolvimento comunitário através de ações de organização social
e apoio à implementação de políticas de bem-estar e geração de trabalho e
renda, tendo como sede a comunidade de Capoeira do Milho.
Hoje (dia 10), o
grupo de participantes da Rota Estratégica de Aprendizagem Promoção da
Agroecologia e Construção Social de Mercados volta à comunidade para
visitar as roças e quintais agroecológicos.
O Programa Semear é implementado pelo Instituto Interamericano de
Cooperação para a Agricultura – IICA e o Fundo Internacional para o
Desenvolvimento Agrícola – FIDA, com apoio da Agência Espanhola de Cooperação
Internacional para o Desenvolvimento – AECID.
Acompanhe a Rota
Estratégica de Aprendizagem!
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