quinta-feira, 6 de junho de 2013

METODOLOGIA SOCIAL E PARTICIPATIVA DOS CURSOS DE GRH


Jaqueline Santos
Comunicadora Popular COFASPI

A COFASPI mantém uma relação horizontal entre as pessoas em suas atividades educativas de formação. Acredita-se necessitar ser participativos, e que todos os saberes são de suma importância para construção de uma sociedade mais igualitária onde as pessoas se vejam como sujeitas de transformação das suas vidas e da sociedade de modo geral. Tendo em vista isso, os espaços são abertos a mudanças e sugestões dos e das participantes durante toda a formação.


    Destina-se também atenção a educação, aos espaços de discussão e a formação como arma sócio-política de intervenção entre as classes.  Por conta disso, investe-se tempo e atenção das equipes de cada projeto para planejar esses momentos de debates e reflexões com e para as famílias.
    Os cursos de GRH – Gerenciamento de Recursos Hídricos têm como critério a participação das famílias atendidas pelo Projeto Cisterna: Captação de água para consumo humano no semiárido baiano, do  convênio 237/2012, celebrado entre a COFASPI e o Governo do Estado através da Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (SEDES).  Neste espaço criado para reflexões em torno das políticas públicas de convivência com o semiárido, as famílias e  monitor/monitora discutem questões como, o que é o semiárido, indústria da seca, agroecologia, gênero, cuidados com a cisternas, cuidados com a água e assuntos afins.

  É nesse contato direto com os e as participantes agricultores e agricultoras em sua maioria, e normalmente na comunidade delas, que se cria a oportunidade de qualificar processos e inquietar as famílias para que se organizem e continuem buscando políticas públicas que garantam mudanças significativas e vida digna no semiárido brasileiro. Estão sendo realizados alguns cursos de GRH nos municípios de Cáem e Caldeirão Grande desde fevereiro, e já foram realizados nas comunidades de Gonçalo, Triângulo, Bom Jardim – Caém  e Várzea Grande, Boqueirão – Caldeirão Grande alguns dos muitos espaços de conversa e troca proposto pelo projeto. Também faz parte nessa metodologia participativa que a COFASPI defende e desenvolve, os pedreiros, as pessoas que confeccionam as bombas [normalmente filhos e filhas dos agricultores e agricultoras que irão receber a cisterna para consumo humano] que se encontram também para debater sobre esse processo de luta pela água e vida digna no semiárido, aprender a confeccionar as bombas que vão ser utilizadas nas cisternas. A COFASPI, assim como a ASA acredita nesse processo e cria a cada visita em campo um ambiente de horizontalidade com as pessoas as quais acompanha e compartilha saberes, sabores, cores, esperança e vida, além de ser mais um espaço para se construir Luta com as lutadoras e lutadores desse Sertão.

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