Visita a áreas de demonstrações técnicas |
Texto: Luna Layse Almeida - Ascom/COFASPI
Da janela de um dos veículos,
olhares curiosos de quem observa a vegetação, os animais ou variação da
disponibilidade de água comparando com os aspectos naturais das comunidades
rurais onde moram. Em uma viagem, de aproximadamente 5h, agricultores e
agricultoras de oito municípios baianos, saíram de localidades no Piemonte da
Diamantina e Norte do Itapicuru para o município de Juazeiro/BA, na tarde da última terça-feira (20),
acompanhados de integrantes da Cooperativa de Trabalho e Assistência à
Agricultura Familiar Sustentável do Piemonte (COFASPI) para participarem de um
intercâmbio do Projeto Mais Água II.
Ao longo do percurso, eram diversas
as expectativas e após a chegada a Juazeiro/BA, o grupo ficou hospedado em um
hotel. “O pessoal da cooperativa é muito atencioso, estavam sempre conferindo
se estavam todos bem (...), tinham um cuidado especial”, explicou a agricultora
Sandra Santos, 32 anos, sobre os animadores de campo, auxiliares
administrativos, a coordenadora do Mais Água II, Nara Lígia Almeida, e
diretores da COFASPI que colaboraram na realização das atividades. O dia
seguinte, quarta-feira (21), foi de visitas técnicas a áreas de demonstrações
de tecnologias e participação em seminários ou oficinas da maior feira da
agricultura familiar do Nordeste, a Semiárido Show, realizado no município
vizinho, Petrolina/PE.
Durante o evento, os sentimentos
eram de admiração, curiosidade e desejo de levar para casa mais técnicas de
produção agropecuária. Divididos em equipes acompanhadas por animadores de
campo da COFASPI, os agricultores e agricultoras fizeram caminhadas por áreas
da Semiárido Show, localizada na Embrapa Produtos e Mercado que tem cerca de 20
hectares, observando os plantios, as espécies de animais, estandes com
informações sobre cultivares e rebanhos, por exemplo. Apesar do calor intenso,
aproveitaram para compartilhar saberes e vivenciar novas experiências.
O agricultor Erisvaldo Pereira, 39 anos, que tem roça em
Mirangaba/BA, adquiriu mudas de variedades diversas, uma delas ele ainda não
conhecia e por isso teve dificuldade de se recordar do nome, é a popularmente
conhecida como gliricídia, que pretende utilizar para produzir forragem para o
gado. Também foi à oficina sobre o feijão-caupi, realizada no turno vespertino,
que foi ministrada pelo agrônomo Adão Cabral.
“Na nossa região o tipo mais cultivado é o feijão de corda, que produz
com menos chuva do que o de arranca, então é uma lavoura que a gente tem muito
e queria aprender a combater as pragas como o pulgão”, ressaltou o agricultor
que conheceu formas de controlar doenças na produção de feijão.
O agricultor Jorge Oliveira e o animador Claudinei Oliveira |
Encontros – Agricultores de Capim Grosso/BA
beneficiados pelo Projeto de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), também
executado pela COFASPI, estiveram presentes no evento com o animador de campo
Claudinei Oliveira. Por meio de uma parceria com o Sindicato dos Trabalhadores
Rurais, cerca de 10 agricultores foram para Petrolina/PE participar do
Semiárido Show e retornaram para a cidade ao final da tarde. Um deles é Jorge
Oliveira, 53 anos, que pela primeira vez acompanhou a programação, ele pretende
adotar técnicas que observou na visita para melhorar o armazenamento de água
para a irrigação. Destacou ainda que a participação em eventos proporciona,
além dos aprendizados, vínculos de amizade com diversas pessoas.
Intercâmbio
Interestadual –
Outra atividade prevista para a equipe do Projeto Mais Água II, que ficou
hospedada em Juazeiro/BA, foi um passeio de barco no rio São Francisco. Momento
de emoção para muitos agricultores e agricultoras, principalmente, para aqueles
que ainda não conheciam o Velho Chico e puderam realizar um sonho. Outras pessoas,
como a agricultora Sandra Santos, 32 anos, deixou de lado o medo de subir na
embarcação, por ficar cercada pelo grande volume de águas, para contemplar a
paisagem. “Foi maravilhoso”, enfatizou. Ao avaliar a viagem, a coordenadora do
Projeto Mais Água II acredita que foi uma atividade inesquecível para todos que
puderam fazer parte, principalmente, aos agricultores e agricultoras que
motivam a realização do trabalho da cooperativa.
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