Ernesto Che Guevara, um dos maiores símbolos da revolução latinoamericana contra o imperialismo estadunidense e o capitalismo planetário, sempre defendeu a solidariedade entre os povos. Em homenagem a história de luta de Che, após 45 anos de sua morte, o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) realiza entre os dias 8 e 16 de outubro, a Jornada de Solidariedade e Soberania Alimentar.
Doações de sangue, distribuição de alimentos às comunidades populares, ações de reflorestamentos em áreas desmatadas, realizações de debates e seminários, estão entre as atividades realizadas por camponeses e camponesas de todo o país em referência ao mártir da revolução socialista na América Latina.
O baianos poderão participar, entre os dias 13 e 15, na região de Jacobina e Ponto Novo Bahia, da Escola de Formação do MPA, com foco nas discussões sobre análise de conjuntura dentro do contexto ambiental, juventude e reforma agrária, e o Plano Camponês. No dia 16, Dia Mundial da Alimentação, ainda está programado um festejo com participação dos trabalhadores e trabalhadoras da região.
No Estado do Piauí está programado para ser realizado, entre os dias 10 e 13 de outubro, um acampamento com a juventude para discutir o papel dos jovens e das jovens no movimento, além de oficinas sobre agitação e propaganda, comunicação e expressão, teatro do oprimido, música e artes plásticas. No último dia do encontro, a juventude fará uma intervenção na feira livre de Picos-PI, apontando para o perigo do uso dos agrotóxicos nos alimentos, além de doação de sangue no hemocentro da cidade.
Em Sergipe, além de atividades de agitação e propaganda, os camponeses e camponesas da base do MPA irão se somar à I Jornada de Camponês a Camponês: Agroecologia e Soberania Alimentar, entre 11 e 13 de outubro, em Aracaju-SE. A proposta da atividade é servir como fórum para debater e mostrar resultados de iniciativas que buscam a construção do conhecimento em agroecologia, a partir de intercâmbios entre movimentos e organizações. Durante a Jornada ainda está previsto o lançamento do livro Revolução Agroecológica: O Movimento de Camponês a Camponês em Cuba, pela Editora Expressão Popular.
Soberania Alimentar
Em todo o mundo, cerca de 1 bilhão de pessoas passam fome no mundo, no Brasil 40% da população vive uma situação de insegurança alimentar, pois não tem acesso à alimentação saudável, de qualidade, em quantidade suficiente e de modo permanente. No dia 16 de outubro, Dia Mundial da Alimentação, mais de 180 países organizam atividades e se mobilizam a fim de reduzir a fome no mundo.
O Movimento dos Pequenos Agricultores também se integra a essa mobilização mundial por meio da Jornada de Solidariedade e Soberania Alimentar, pois acredita que é apenas a partir da problematização das questões que envolvem a soberania alimentar dos povos que será possível acabar com a fome no mundo.
De acordo com o MPA e com os movimentos sociais que integram a Via Campesina, a soberania alimentar é o “direito dos povos de definir suas próprias políticas e estratégias sustentáveis de produção, distribuição e consumo de alimentos que garantam o direito à alimentação à toda a população”, por meio da pequena e média produção, com respeito à culturas e às tradições camponesas, seus sistemas de produção, comercialização e gestão, com respeito a equidade de gênero.
A soberania alimentar, para o MPA, tem a ver com o direito a preservar os recursos naturais, produzir e a se alimentar, comida sã e saudável; respeito à cultura camponesa, sistemas locais de produção, industrialização, circulação e comercialização.
Políticas públicas para o campesinato
Durante a jornada as camponesas e camponeses também estão organizados e mobilizados para reivindicar algumas pautas e apresentar algumas propostas que buscam fortalecer políticas públicas de apoio à produção e abastecimento de alimentos.
Fortalecimento da Conpanhia Nanional de Alimentos (CONAB) como empresa pública, forte, referência no setor dos alimentos e no abastecimento popular (CONABRAS); redirecionamento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agripecuária (EMBRAPA) com pesquisas voltadas para a agricultura camponesa e a produção de alimentos; fortalecimento do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), como parte do Estado Brasileiro que atende a Agricultura Camponesa; legislação sanitária específica para a agricultura camponesa, para permitir a adequação das agroindústrias familiares e comunitárias, ampliando o abastecimento a partir do local; estáo entre as principais pautas apresentadas pelos camponeses e camponesas.
Produzido pela comunicação do MPA
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