Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica deve ser
elaborado até fevereiro de 2013
Daniel Lamir - ASAcom
03/10/2012
Nos próximos seis meses, a sociedade civil organizada e o
governo federal devem elaborar o Plano Nacional de Agroecologia e Produção
Orgânica. Esse é próximo passo para a implementação da Política Nacional de
Agroecologia e Produção Orgânica (PNAPO), instituída em 20 de agosto passado.
Foto: Arquivo ASAcom |
A Articulação no Semi-Árido (ASA) está participando das
discussões através da Comissão Nacional de Agroecologia e Produtos Orgânicos
(CNAPO). No dia 19 de setembro, no Palácio do Planalto, em Brasília,
representantes de movimentos sociais discutiram os encaminhamentos para
elaboração do Plano com ministros e secretários do governo federal.
Para o coordenador executivo da ASA Procópio Lucena, o
momento é de valorização das conquistas presentes na PNAPO, e, ao mesmo tempo,
de articulação da sociedade civil para garantir novos avanços com o Plano
Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica.
As divergências de concepções entre o movimento pela
agroecologia e os gestores públicos estão em evidência em questões como economia
solidária, feiras públicas e agrotóxicos. Ao contrário da posição
governamental, Procópio destaca as questões da terra e da água como elementos
fundamentais para elaboração do Plano Nacional de Agroecologia e Produção
Orgânica.
Além da ausência de elementos que contemplem a
democratização da terra e da água na Política Nacional, outra questão que
desagradou ao movimento social foi a definição da estrutura da CNAPO, que será
composta por 28 representantes, sendo 14 do governo e 14 da sociedade civil. O
coordenador da ASA alega que a proposta ideal era de formação de um conselho
composto por 2/3 da sociedade civil. O governo estabeleceu uma comissão
paritária para tratar o assunto. A alegação dos ministros e secretários de
governo para o assunto seguiu a mesma lógica que deixou a questão da terra e da
água de fora da PNAPO.
Diante das dificuldades para a implementação do sistema
produtivo agroecológico de forma plena na Política, Procópio faz críticas à
postura do próprio movimento social e também do governo federal.
O artigo 12 do PNAPO facilita a distribuição, troca,
comercialização e multiplicação de sementes para associações e cooperativas.
Procópio comemora as novas referências para a política de sementes como uma
estratégia para a conquista de uma sociedade mais justa e pela convivência com
o Semiárido.
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