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Implementação
de cisterna de enxurrada em Capim Grosso/BA
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No início deste mês de julho, a Cooperativa
de Trabalho e Assistência à Agricultura Familiar Sustentável do Piemonte
(COFASPI) iniciou em Capim Grosso/BA a implementação de tecnologias sociais
para captação e armazenamento de água da chuva, por meio do Programa Uma Terra
e Duas Águas, conhecido como P1+2. No município, representantes das 40 famílias
agricultoras, selecionadas para fazer parte do programa, são incentivadas a
desenvolver o manejo agroecológico, que promove a convivência harmônica do
homem com a natureza, dialogando ainda sobre temas relacionados à gestão da
água e cuidados com os solos em ações de capacitação.
Serão implementadas 29 cisternas de
enxurrada, quatro
cisternas calçadão e sete barreiros trincheira familiar que são importantes
tecnologias para o uso da água na agricultura, a fim de fomentar a soberania e
segurança alimentar de famílias do Semiárido. “Foi uma coisa muito boa que
aconteceu na minha vida. Eu ‘tô’ muito feliz”, afirmou o agricultor Pedro
Calado, que mora na comunidade Mata do Estado e desenvolve, com a família, plantio
de flores, produções agroecológicas de hortaliças e plantas medicinais.
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Curso de GAPA e SISMA em Capim Grosso/BA |
Ações em Capim Grosso
- O uso
indiscriminado de venenos ou agrotóxicos em lavouras prejudica o ecossistema.
Além de afetar o ciclo do meio ambiente, provocam danos à saúde de quem aplica
o produto e também aos consumidores/as dos alimentos contaminados. Fugindo
dessa lógica, famílias que têm acesso a políticas públicas e projetos sociais,
são incentivadas a desenvolver a agroecologia. Uma das principais pesquisadoras
dessa área de estudo, a agrônoma Ana Maria Primavesi descreve em uma das suas
reflexões, que “agroecologia não é uma alternativa excêntrica de cultivar o
solo, mas a única possibilidade se pretendemos sobreviver em nosso Planeta”
(2012 - O solo: A base da vida em nosso globo).
Para compreender ainda mais sobre a
agricultura, com técnicas que preservam os recursos naturais do Semiárido,
agricultoras e agricultores experimentadores participaram em junho dos cursos de
Gerenciamento de Água para Produção de Alimentos (GAPA) e Sistema Simplificado
de Manejo de Água para Produção (SISMA) do P1+2, socializando saberes a
respeito da produção de alimentos saudáveis e o uso da água, evitando
desperdícios. Segundo a técnica em agropecuária, Átila Sant’ana, que colaborou
na mediação desta atividade, foram abordados temas como organização
comunitária, alternativas de convivência com o Semiárido, soberania e segurança
alimentar, economia solidária, preservação ambiental, além de distinções entre
o modelo de agricultura convencional e as práticas agroecológicas.
Durante os cursos também foram
realizadas práticas com orientações sobre técnicas que contribuem para a
nutrição dos solos e o aproveitamento da água das chuvas. Foi na Casa do Menor,
em Capim Grosso/BA, que agricultoras e agricultores acompanharam o processo de
construção dos canteiros econômicos, essencial para diminuir o uso da água na
irrigação das hortaliças produzidas pelas famílias agricultoras. Os
participantes também esclareceram dúvidas sobre o controle de insetos
prejudiciais às plantas, ouvindo as sugestões de uso dos biofertilizantes
feitos com produtos naturais, como a mistura de água e pimenta, que ajuda a
fazer o controle, por exemplo, do inseto popularmente conhecido como lagarta.
Sobre esta questão, um dos mediadores da atividade prática, o técnico agropecuário
Marcones Rios que trabalha na Casa do Menor, alertou ainda: “Se utilizarmos
sempre o mesmo defensivo, o inseto se torna resistente, por isso é bom ter uma
diversidade de defensivos naturais”.
Outra atividade sugerida às agricultoras
e agricultores foi o processo de produção de um composto que contribui para
nutrir os solos e é feito com a reutilização de folhagens, cinza, esterco,
casca de ovo, restos de alimentos e sobras de frutas, entre outros produtos. O
agricultor Altino Ribeiro da comunidade Tigre, que tem áreas de produção de
verduras, destacou que o curso foi uma oportunidade de mais aprendizados. Os
saberes ele pretende compartilhar com outras pessoas que ainda não conhecem
essas técnicas essenciais para a proteção do meio ambiente e da saúde das
famílias brasileiras.
Programa - Por meio do Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, a COFASPI executa o P1+2 não só em
Capim Grosso/BA, como também em Jacobina/BA, onde estão sendo implementadas
outras 29 tecnologias para
captação e armazenamento de água (cisternas calçadão) nas comunidades Estrada
Nova e Pau Ferro, localidades em que também foram realizados cursos sobre
gestão de água e fundamentos da agroecologia.
Na COFASPI, a equipe do programa,
coordenado pelo agrônomo João Nunes, tem uma auxiliar administrativa, Deise
Oliveira, e dois técnicos agrícolas, Rone Lima e Valdinei Ferreira, que atuam
respectivamente em Jacobina/BA e Capim Grosso/BA. Também colaboram para a
realização dos projetos, pedreiros e as famílias selecionadas para fazer parte
do programa. “A princípio a tecnologia é voltada para a produção e consumo
familiar de alimentos sadios, agroecológicos. (...) E depois, se a família
começar a produzir em excesso, os produtos que eles não consumirem a gente pode
tentar levar para as cadeias de comercialização”, afirmou o coordenador do P1+2
na COFASPI, João Nunes.