quarta-feira, 15 de junho de 2016

Oficina de planejamento reuniu agricultoras e agricultores experimentadores

Texto e fotos: Luna Layse Almeida – Ascom/COFASPI

A atividade foi realizada em Jacobina/BA
Água, que alimenta a esperança. Terra, que é mãe e precisa de cuidados. Semente crioula, essencial para a agroecologia. Enxada, companhia na lida diária do campo (...). Estes são alguns dos significados, atribuídos por agricultoras e agricultores familiares, a diversos elementos reunidos para fazer ver a interdependência entre elementos fundamentais na produção de alimentos saudáveis, trabalho que desenvolvem em comunidades rurais de Capim Grosso, Caém, Jacobina, Mirangaba e Várzea Nova, na Bahia.
Na última terça (14), foi durante abertura da oficina de planejamento do projeto Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), executado pela Cooperativa de Trabalho e Assistência à Agricultura Familiar Sustentável do Piemonte (COFASPI) em municípios da Bahia, que expressaram os vínculos com a natureza e materiais que fazem parte da vida rural. A agricultora Maria Costa, 61 anos, que mora na comunidade Mata do Mel, em Várzea Nova/BA, relatou: “nasci e me criei no campo. Minha vida, toda a vida é trabalhando na roça. Plantando milho, mandioca, aipim, feijão. E criei nove filhos tudo na roça (...) e não me arrependo de trabalhar na agricultura”.
A oficina de planejamento reuniu cerca de 50 pessoas
Do trabalho no campo, os participantes da oficina também identificaram características da assistência técnica às famílias agricultoras. Destacaram, por exemplo, os cuidados com a preservação do meio ambiente; incentivo à produção de alimentos saudáveis, com base na agroecologia e orientações para fazer aproveitamento ou reuso da água. “O técnico me pergunta como eu cuido das lavouras. Eu explico e eles me dão mais experiências (...). Então, vou cultivando as lavouras com os ensinamentos que eu já sabia e os ensinamentos dos técnicos também”, explicou o agricultor Antônio Amorim, que vive em Caém/BA.

A troca de saberes contribui para a construção coletiva de agricultores/as, técnicos/as, equipe administrativa, colaboradores/as, além de outros/as atores e atrizes que fazem a ATER, desenvolvendo ações que contribuem para a qualidade de vida rural. Ao todo, são oito municípios onde a COFASPI atua por meio do projeto. Sendo que, em cinco deles (Capim Grosso, Caém, Jacobina, Mirangaba e Várzea Nova), são 480 famílias beneficiárias. “A COFASPI surge do princípio de que unidos (...) e organizados somos mais forte em busca dos nossos objetivos”, afirmou um dos coordenadores do projeto na cooperativa, Farnésio Bráz.
Estelina Gomes é agricultora 
A oficina de planejamento foi finalizada nesta quarta (15), após a apresentação dos desafios e soluções apontados por três grupos de discussão, formados com cerca de 50 pessoas que estiveram no encontro, realizado no auditório do Centro de Educação Integrada, em Jacobina/BA. Uma das participantes foi a agricultora Estelina Gomes, 72 anos, que mora na Comunidade Estrada Nova. Ela conta que já esteve em diversas atividades como essa e acredita que a participação nos diálogos contribui para as famílias alcançarem conquistas, como exemplo, citou a busca pela garantia do acesso à água, por meio de políticas sociais.

ATER – O projeto executado pela COFASPI, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) do Governo do Estado da Bahia, visa fomentar e fortalecer estratégias de organização da comercialização solidária, além de articulação das famílias para o acesso a políticas públicas. A finalização das ações será no mês de julho de 2016. Nas oito cidades de atuação da cooperativa com a ATER, são 960 famílias beneficiárias que têm visitas técnicas e participam de atividades como reuniões de sensibilização, dia de campo, seminário temático, reuniões de políticas públicas e diagnósticos.

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