Texto: Luna Layse Almeida - ASCOM/COFASPI
Participantes do intercâmbio com famílias integrantes do MCP |
José Marcos dos Santos é membro do MCP em Sergipe |
Mas, com o desejo de trabalhar com o
uso de sementes crioulas. Um sentimento
compartilhado com as famílias que receberam os/as visitantes, dos diversos
estados do Semiárido, na propriedade de Maria dos Santos e José Zacarias. Onde
conheceram a experiência do banco de sementes comunitário, resultado da luta do
Movimento Camponês Popular (MCP) que em Sergipe tem participação de
aproximadamente 300 famílias em Cristinápolis e municípios vizinhos, como Tomar
de Geru e Itabaianinha. Ao todo já são duas toneladas de sementes armazenadas,
com quatro variedades de milho (ribeirão, taquaral, sol da manhã e astecas),
além de cinco variedades de feijão (carioca, roxinho, rosinha, feijão de porco
e feijão guandu).
“Esse encontro é produtivo, porque
a troca de saberes enriquece o contexto da agricultura camponesa na luta pela
terra, assistência técnica, qualidade de vida e alimentação saudável. Cada experiência
que vem de outro estado pode ser aplicada na nossa realidade local e isso
produz crescimento e transformação da sociedade”, explicou o integrante do MCP José
Marcos dos Santos, que é um dos filhos de Maria dos Santos e José Zacarias.
Para manter a reserva, é feito o
controle da entrega de sementes para as famílias, que após o plantio e colheita
devolvem a mesma quantidade que receberam. Um ciclo criado para tentar garantir
a produção de alimentos saudáveis, proteção do meio ambiente e também a manutenção
do banco comunitário, com sementes crioulas que possam ser passadas de geração
em geração, garantindo a biodiversidade. Ao conhecer esta experiência a
agricultora Claudice Gomes, que mora em Brumado/BA, relatou: “A minha família
tem costume de guardar sementes individualmente, em casa mesmo (...). E eu já
tinha ouvido falar, mas não conhecia os bancos de sementes crioulas. Aqui eu vi
a importância”. Em uma área comunitária, famílias do MCP realizam ainda atividades
coletivas para multiplicar o milho e o feijão.
A agricultora Claudice Gomes conheceu pela primeira vez a experiência de um banco de sementes |
História – Desde 2014 o MCP, que surgiu no
estado de Goiás há cerca de 8 anos, tem atuação em nos territórios Sul e Baixo
São Francisco de Sergipe, desenvolvendo trabalhos com camponeses/as. Em 2015, o
grupo criou o banco de sementes comunitário em Cristinápolis, com variedades de
milho e feijão que são guardadas em recipientes plásticos, por conta da
dificuldade de acesso a recursos para adquirir material mais adequado ao
armazenamento.
*Para saber mais, acesse os boletins
de experiências sobre os intercâmbios do IV Encontro Nacional de Agricultoras e
Agricultores Experimentadores da Articulação no Semiárido: http://www.asabrasil.org.br/noticias?artigo_id=9542
Milho da variedade Taquaral |
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