domingo, 26 de junho de 2016

Agricultoras e Agricultores de Capim Grosso/BA participam de intercâmbio em Saúde/BA

Famílias de Capim Grosso conheceram a comunidade Genipapo, em Saúde/BA
Em uma manhã de céu nublado, no final de junho, agricultoras e agricultores familiares de Capim Grosso/BA que fazem parte do projeto de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), executado pela COFASPI, percorreram cerca de 70 km para ir ao município de Saúde/BA conhecer experiências de produções agroecológicas desenvolvidas por moradores/as da comunidade Genipapo. Logo ao chegar, os/as visitantes começaram a identificar que, no local, há mais disponibilidade de água em relação às localidades do município onde moram. Observaram também a variedade de plantas frondosas nas margens da estrada de chão ao longo do caminho.
Hélio Albino e Maria Benedita Santos moram em Saúde/BA
Acompanhados de integrantes da COFASPI e também pela agricultora Zenaide Santos que mora na comunidade Genipapo, foram até à propriedade do casal Maria Benedita Santos e Hélio Albino, onde se surpreenderam com a organização do plantio em níveis no terreno declinado, com leiras de variedades diversificadas de alface, quiabo, coentro, pimentão, rúcula, pimenta e outros alimentos. Atentos/as, também se fixavam nas palavras de dona Maria. Ela fala com orgulho do modo como trabalha, fazendo rotação de culturas, e gosta de mostrar o espaço onde costuma passar horas cuidando da horta e das flores sem ser distraída por familiares ou vizinhos/as. Também compartilha com todos a técnica que utilizada para manter as plantas protegidas. É com a aplicação de pouca quantidade de urina de gado misturada à água que tenta afastar os insetos das folhas e frutos.
Já o esposo Hélio, faz questão de explicar sobre outra questão importante: “o agricultor tem que ter a semente dele”. Em seguida, completou esclarecendo que sempre tem uma leira reservada apenas para multiplicar as sementes que vão ser guardadas para os próximos plantios. Em meio às prosas, muitos se interessam em levar sementes e mudas que desejam plantar nas comunidades onde moram em Capim Grosso/BA. Carregam também as sabedorias, apreendidas durante a troca de experiências, que podem contribuir para melhorar o modo de produção que já desenvolvem, com base nos fundamentos da agroecologia. Sobre o intercâmbio, a agricultora Soneide Silva da comunidade Mata do Estado, em Capim Grosso/BA, ressaltou os aprendizados sobre o plantio de flores de variados tipos, como a margarida e a rosa.
            Em seguida, o grupo caminhou até chegar à casa da agricultora Celina Silva. Observaram, na propriedade, o modo como desenvolve a criação de peixes, a exemplo das espécies conhecidas popularmente como pirarucu, carpa e pintado. Também acompanharam parte da produção do óleo do licuri, que estava sendo feito pela agricultura. Foi ela quem levou os/as visitantes para conhecer a horta, onde há o cultivo de frutas, verduras, arroz e outros produtos que contribuem para o consumo familiar, garantindo soberania e segurança alimentar, além do aumento da renda com a comercialização do excedente. “Foi muito proveitoso. Eu tô ensinando, eu tô aprendendo. Achei ótima essa visita”, contou a agricultora Celina.
 Agricultores/as comercializam flores em Saúde/BA e região
            Ao final, as agricultoras e agricultores de Capim Grosso/BA estiveram na Associação de Produtores de Genipapo para visitar a área comunitária de produção de flores, com variedades conhecidas como rosa, angélia, sorriso de maria, dentre outras. Aprenderam ainda sobre o processo de enxertia, com o auxílio das agricultoras Jocélia Jesus, Maria Benedita e Zenaide Santos. Elas também contaram sobre a história da associação, criada por volta do ano 2008, que já teve produções de uva e abacaxi, mas obteve melhores resultados com as flores, comercializadas para a ornamentação de festas e eventos em Saúde/BA ou cidades vizinhas.

Texto e fotos: Luna Layse Almeida – Ascom/COFASPI

Confira a cobertura fotográfica:









quarta-feira, 15 de junho de 2016

Oficina de planejamento reuniu agricultoras e agricultores experimentadores

Texto e fotos: Luna Layse Almeida – Ascom/COFASPI

A atividade foi realizada em Jacobina/BA
Água, que alimenta a esperança. Terra, que é mãe e precisa de cuidados. Semente crioula, essencial para a agroecologia. Enxada, companhia na lida diária do campo (...). Estes são alguns dos significados, atribuídos por agricultoras e agricultores familiares, a diversos elementos reunidos para fazer ver a interdependência entre elementos fundamentais na produção de alimentos saudáveis, trabalho que desenvolvem em comunidades rurais de Capim Grosso, Caém, Jacobina, Mirangaba e Várzea Nova, na Bahia.
Na última terça (14), foi durante abertura da oficina de planejamento do projeto Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), executado pela Cooperativa de Trabalho e Assistência à Agricultura Familiar Sustentável do Piemonte (COFASPI) em municípios da Bahia, que expressaram os vínculos com a natureza e materiais que fazem parte da vida rural. A agricultora Maria Costa, 61 anos, que mora na comunidade Mata do Mel, em Várzea Nova/BA, relatou: “nasci e me criei no campo. Minha vida, toda a vida é trabalhando na roça. Plantando milho, mandioca, aipim, feijão. E criei nove filhos tudo na roça (...) e não me arrependo de trabalhar na agricultura”.
A oficina de planejamento reuniu cerca de 50 pessoas
Do trabalho no campo, os participantes da oficina também identificaram características da assistência técnica às famílias agricultoras. Destacaram, por exemplo, os cuidados com a preservação do meio ambiente; incentivo à produção de alimentos saudáveis, com base na agroecologia e orientações para fazer aproveitamento ou reuso da água. “O técnico me pergunta como eu cuido das lavouras. Eu explico e eles me dão mais experiências (...). Então, vou cultivando as lavouras com os ensinamentos que eu já sabia e os ensinamentos dos técnicos também”, explicou o agricultor Antônio Amorim, que vive em Caém/BA.

A troca de saberes contribui para a construção coletiva de agricultores/as, técnicos/as, equipe administrativa, colaboradores/as, além de outros/as atores e atrizes que fazem a ATER, desenvolvendo ações que contribuem para a qualidade de vida rural. Ao todo, são oito municípios onde a COFASPI atua por meio do projeto. Sendo que, em cinco deles (Capim Grosso, Caém, Jacobina, Mirangaba e Várzea Nova), são 480 famílias beneficiárias. “A COFASPI surge do princípio de que unidos (...) e organizados somos mais forte em busca dos nossos objetivos”, afirmou um dos coordenadores do projeto na cooperativa, Farnésio Bráz.
Estelina Gomes é agricultora 
A oficina de planejamento foi finalizada nesta quarta (15), após a apresentação dos desafios e soluções apontados por três grupos de discussão, formados com cerca de 50 pessoas que estiveram no encontro, realizado no auditório do Centro de Educação Integrada, em Jacobina/BA. Uma das participantes foi a agricultora Estelina Gomes, 72 anos, que mora na Comunidade Estrada Nova. Ela conta que já esteve em diversas atividades como essa e acredita que a participação nos diálogos contribui para as famílias alcançarem conquistas, como exemplo, citou a busca pela garantia do acesso à água, por meio de políticas sociais.

ATER – O projeto executado pela COFASPI, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) do Governo do Estado da Bahia, visa fomentar e fortalecer estratégias de organização da comercialização solidária, além de articulação das famílias para o acesso a políticas públicas. A finalização das ações será no mês de julho de 2016. Nas oito cidades de atuação da cooperativa com a ATER, são 960 famílias beneficiárias que têm visitas técnicas e participam de atividades como reuniões de sensibilização, dia de campo, seminário temático, reuniões de políticas públicas e diagnósticos.

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Agricultoras e agricultores participam de intercâmbios durante Encontro Nacional

Texto: Luna Layse Almeida - ASCOM/COFASPI

Participantes do intercâmbio com famílias integrantes do MCP
“Qual é a semente que você deseja plantar?”, o questionamento durante a roda de conversas em um dos intercâmbios do IV Encontro Nacional de Agricultoras e Agricultores Experimentadores, realizado terça-feira (7) no assentamento São Francisco, em Cristinápolis, cidade localizada no extremo Sul do Estado de Sergipe, a cerca de 120 km de Aracaju, promoveu a troca de expectativas entre participantes, que são de pelo cinco estados do Semiárido (Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe, Bahia e Minas Gerais). Com diferentes histórias de vida, eles buscam objetivos semelhantes: semear amor, alegria, soberania alimentar e também ter uma produção agroecológica diversificada.
José Marcos dos Santos é membro do MCP em Sergipe
Mas, com o desejo de trabalhar com o uso de sementes crioulas.  Um sentimento compartilhado com as famílias que receberam os/as visitantes, dos diversos estados do Semiárido, na propriedade de Maria dos Santos e José Zacarias. Onde conheceram a experiência do banco de sementes comunitário, resultado da luta do Movimento Camponês Popular (MCP) que em Sergipe tem participação de aproximadamente 300 famílias em Cristinápolis e municípios vizinhos, como Tomar de Geru e Itabaianinha. Ao todo já são duas toneladas de sementes armazenadas, com quatro variedades de milho (ribeirão, taquaral, sol da manhã e astecas), além de cinco variedades de feijão (carioca, roxinho, rosinha, feijão de porco e feijão guandu).
“Esse encontro é produtivo, porque a troca de saberes enriquece o contexto da agricultura camponesa na luta pela terra, assistência técnica, qualidade de vida e alimentação saudável. Cada experiência que vem de outro estado pode ser aplicada na nossa realidade local e isso produz crescimento e transformação da sociedade”, explicou o integrante do MCP José Marcos dos Santos, que é um dos filhos de Maria dos Santos e José Zacarias.
Para manter a reserva, é feito o controle da entrega de sementes para as famílias, que após o plantio e colheita devolvem a mesma quantidade que receberam. Um ciclo criado para tentar garantir a produção de alimentos saudáveis, proteção do meio ambiente e também a manutenção do banco comunitário, com sementes crioulas que possam ser passadas de geração em geração, garantindo a biodiversidade. Ao conhecer esta experiência a agricultora Claudice Gomes, que mora em Brumado/BA, relatou: “A minha família tem costume de guardar sementes individualmente, em casa mesmo (...). E eu já tinha ouvido falar, mas não conhecia os bancos de sementes crioulas. Aqui eu vi a importância”. Em uma área comunitária, famílias do MCP realizam ainda atividades coletivas para multiplicar o milho e o feijão.

A agricultora Claudice Gomes conheceu pela primeira vez a experiência de um banco de sementes
História – Desde 2014 o MCP, que surgiu no estado de Goiás há cerca de 8 anos, tem atuação em nos territórios Sul e Baixo São Francisco de Sergipe, desenvolvendo trabalhos com camponeses/as. Em 2015, o grupo criou o banco de sementes comunitário em Cristinápolis, com variedades de milho e feijão que são guardadas em recipientes plásticos, por conta da dificuldade de acesso a recursos para adquirir material mais adequado ao armazenamento.


*Para saber mais, acesse os boletins de experiências sobre os intercâmbios do IV Encontro Nacional de Agricultoras e Agricultores Experimentadores da Articulação no Semiárido: http://www.asabrasil.org.br/noticias?artigo_id=9542

Milho da variedade Taquaral

quinta-feira, 2 de junho de 2016

RESULTADO FINAL DO EDITAL 03/2016

Cooperativa de Trabalho e Assistência à Agricultura Familiar Sustentável do Piemonte – COFASPI

EDITAL PARA SELEÇÃO DE PESSOAL Nº 03/2016

COFASPI - COOPERATIVA DE TRABALHO E ASSISTÊNCIA À AGRICULTURA FAMILIAR SUSTENTÁVEL DO PIEMONTE

O Presidente da Comissão de Seleção de Pessoal da COFASPI – Cooperativa de Trabalho e Assistência à Agricultura Familiar Sustentável do Piemonte, instituída pela Resolução da presidência da Instituição, torna público o resultado final da 2ª fase (entrevistas) do Edital de Seleção de Pessoal nº 03/2016, com o objetivo de selecionar profissional para trabalhar como Coordenador e Animador de Campo da COFASPI, conforme as tabelas a seguir:
CANDIDATO AO CARGO DE COORDENADOR
RESULTADO
ISMARA DE KÁSSIA SOUZA NASCIMENTO
NÃO SELECIONADA
ALDÉRICA DA CUNHA OLIVEIRA
NÃO SELECIONADA
MARGARIDA VENTURA SANTANA
NÃO SELECIONADA
WILIANE SANTOS ANDRADE
NÃO SELECIONADA
CANDIDATO AO CARGO DE TÉCNICO DE CAMPO
RESULTADO
ANTONIA FREITAS M. NETA
SELECIONADA
VANDERLEIA CARNEIRO DE MATOS
SELECIONADA
NELCIMÁRIA SANTS MORAES
SELECIONADA
WILINANE DOS SANTOS SANTANA
NÃO SELECIOANDA
THAISE PEREIRA DE MATOS
NÃO SELECIONADA
VALÉRIA ANDRADE DE JESUS
NÃO SELECIONADA
IONETE MARIA S. GONÇALVES
NÃO SELECIONADA
CLÁUDIA MOTA NASCIMENTO
NÃO SELECIONADA
ITANAJARA MENEZES DA CONCEIÇÃO
NÃO SELECIONADA
JOELMA SILVA DOS SANTOS
NÃO SELECIONADA

A Cofaspi entrará em contato com as candidatas selecionadas para agendar contratação.

Qualquer informação ligar para:

(74) 3622 – 0017 - Fixo da COFASPI
(74) 8108 7399 - Presidente da Comissão de Seleção.

assinatura Robson 001
Jacobina – Bahia, 01 de junho de 2016.
Robson Aglayton Cabral Rodrigues

Presidente da Comissão de Seleção de Pessoal


Semana dos Alimentos Orgânicos é comemorada em Mirangaba/BA e região

Texto e fotos: Luna Layse Almeida – Ascom/COFASPI

Visita à propriedade da agricultora Edneide Santos
Na última quarta-feira (01), estudantes e professores da Escola Municipal Manoel Novais, em Mirangaba/BA, acompanharam visitas a propriedades de agricultores/as familiares como parte da programação da Semana de Alimentos Orgânicos, organizada pela Rede de Feiras Agroecológicas Solidárias (REFAS) do Piemonte, o Programa de Pequenos Projetos Ecossociais (PPP-ECOS) e a Associação Quilombo Erê. O evento conta ainda com o apoio de parceiros, a exemplo da Cooperativa de Trabalho e Assistência à Agricultura Familiar Sustentável do Piemonte (COFASPI), para realizar ações educativas e/ou culturais, em quatro cidades da Bahia, com o intuito de dialogar sobre os benefícios do consumo de alimentos saudáveis.
Na comunidade rural de Palmeira, em Mirangaba/BA, o primeiro local de troca de experiências foi a propriedade da agricultora Edneide Santos, que integra a REFAS. Ao fundo da casa da família, no terreno declinado próximo à cisterna enxurrada estão as leiras com plantio de coentro, cebola, cenoura, feijão e outros produtos, que são utilizados para o consumo familiar e aumento da renda, por meio da comercialização do excedente. No cenário onde predominam as cores verdes na horta e na vegetação do entorno da propriedade, um dos elementos que chamou a atenção das turmas de estudantes do 9° ano foi um recipiente com o líquido, que é resultado da mistura de restos vegetais e esterco, para fazer um biofertilizante, utilizado por Edneide para afastar pragas das leiras.
Em seguida, estudantes, professores e outros participantes das visitas, a exemplo de representantes da REFAS; da COFASPI; do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Mirangaba/BA; da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (SETRE); além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), estiveram na propriedade do agricultor Paulo Francisco, que começou a apresentar o lugar onde desenvolve a produção agroecológica, dizendo: “Aqui é a minha terapia, vivo disso e estou muito satisfeito”.  Em depoimento, ele também fez questão de destacar as melhorias na saúde depois que deixou de produzir utilizando venenos e começou a conhecer técnicas com base em fundamentos da agroecologia e economia solidária. Atualmente, Paulo tem produções diversificadas, com variedades de mandioca, fruteiras e verduras, dentre outras.
O excedente de produtos a família de Paulo comercializa, assim como a de Edneide, toda sexta na feira livre de Mirangaba. É fácil identificar as barracas com lonas verdes da REFAS, onde ficam também mais outras quatro famílias integrantes da rede. Todas vendem alimentos isentos de agrotóxicos que são prejudiciais ao meio ambiente e à saúde humana. Neste sentido, a semana nacional dos alimentos orgânicos, no final do mês de maio e início de junho, alerta para a necessidade de convivência harmônica com a natureza e os cuidados com a alimentação diária. “Essa semana da agricultura orgânica foi idealizada com o propósito de divulgar para o público consumidor a importância dos orgânicos (...) com ações em todo o Brasil”, afirmou o agrônomo Luiz Barreto, chefe da Divisão de Política, Produção e Desenvolvimento Agropecuário da Superintendência Federal de Agricultura na Bahia/MAPA.

Agricultores/as familiares com representantes da REFAS e instituições parceiras

Semana comemorativa – Durante a programação da Semana dos Alimentos Orgânicos, estudantes da Escola Manoel Novais também irão à feira para comprar produtos nas barracas da REFAS com uma moeda solidária, criada para ser utilizada durante este período comemorativo do consumo saudável. Sobre a participação dos estudantes, a diretora da instituição de ensino, Ivana Rodrigues, ressaltou: “A gente já trabalha com uma educação que valoriza a vida e estamos começando a fazer hortas na escola (...) para que os nossos alunos também aprendam os valores de uma alimentação saudável através das práticas orgânicas”.

Assistência – Com o intuito de fortalecer a gestão e comercialização de produtos agroecológicos em municípios do Piemonte da Diamantina e Piemonte Norte do Itapicuru, a COFASPI desenvolve o Projeto Apoio a Rede de Feiras Agroecológicas em cidades como Mirangaba/BA, onde famílias agricultoras têm acompanhamento técnico. Além de participar de atividades para fomentar a formalização da REFAS.