sexta-feira, 25 de setembro de 2015

MDA

Deputados enviam carta a Dilma contra extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário

Documento produzido pelos parlamentares do Núcleo Agrário do PT afirma que criação da pasta foi “conquista dos trabalhadores rurais” e que seu fim seria “contradição em nome de uma duvidosa economia”.
16/09/2015
Fonte: Brasil de Fato


Patrus Ananias, ministro do MDA | Crédito: Marcelo Camargo/ABr

Membros do Núcleo Agrário da Bancada do PT na Câmara dos Deputados entregaram, no ultimo dia 10, uma carta à presidente Dilma e aos ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Nelson Barbosa (Planejamento) pedindo o fortalecimento do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) em meio a ameaça da pasta ser extinta com a reforma ministerial.

O órgão é responsável por projetos ligados ao desenvolvimento sustentável do campo, agroecologia, agricultura familiar e reforma agrária. Entre os receios divulgados na nota, estão a possibilidade de enfraquecimento nos investimentos em avanços para o pequeno produtor e o não cumprimento de acordos firmados durante a Marcha das Margaridas deste ano.
O documento ressalta conquistas e políticas públicas implantadas pelo Ministério, como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), o Programa Nacional de Alimentação (PNAE) e a proposta do plano para a Reforma Agrária.
O texto afirma que "a eventual efetivação dessa medida representaria a revogação de uma conquista institucional histórica dos trabalhadores e trabalhadoras rurais", apontando o que seria uma contradição da medida: "durante o governo FHC os trabalhadores e trabalhadoras rurais conquistaram o MDA para a interlocução das suas demandas no plano institucional, e o governo do PT revogaria essa conquista em nome de uma duvidosa economia exigida pelo ajuste fiscal!".
Os parlamentares ainda ressaltaram que a possibilidade de assimilição do MDA pelo Ministério do Desenvolvimento Social "equivocadamente remeteria para o plano da assistência social do governo o tratamento de uma pujante estrutura produtiva constituída pela economia agrícola de base familiar". A carta também lembra dos compromissos assumidos pela presidenta com o movimento popular do campo. "As trabalhadoras e trabalhadores que participaram da recente Marcha das Margaridas retornaram às suas bases convencidas (os) da consistência dos compromissos renovados por Vossa Excelência com o fortalecimento das ações do governo federal para o atendimento das demandas desses setores".
A carta foi assinada por 46 deputados do PT, entre eles: Nilto Tatto (SP), Valmir Assunção (BA), Bohn Gass (RS), Luiz Couto (PR), Waldenor Pereira (BA), Luzianne Lins (CE), Benedita da Silva (RJ), Maria do Rosário (RS), Professora Marcivania (AP) e Erika Kokay (DF).

Confira a carta na íntegra:

À Sua Excelência
Presidenta DILMA ROUSSEFF
Presidencia da República Federativa do Brasil

Brasília - DF, 08 de setembro de 2015.

Senhora Presidenta,

Ao cumprimentá-la, os membros do Núcleo Agrário da Bancada do PT na Câmara dos Deputados e demais parlamentares petistas que subscrevem esta Nota, manifestam a Vossa Excelência a profunda apreensão com os rumores dando conta da provável diluição da missão e atribuições do MDA na estrutura do MDS no bojo da reforma ministerial em estudo pelo governo.
Senhora Presidenta, para nós, militantes sociais, comprometidos com as lutas históricas do PT pela reforma agrária e pelo protagonismo da agricultura familiar e camponesa na afirmação de um projeto de desenvolvimento rural sustentável do Brasil, a eventual efetivação dessa medida representaria a revogação de uma conquista institucional histórica dos trabalhadores e trabalhadoras rurais.
Seria uma contradição inusitada: durante o governo FHC os trabalhadores e trabalhadoras rurais conquistaram o MDA para a interlocução das suas demandas no plano institucional, e o governo do PT revogaria essa conquista em nome de uma duvidosa economia exigida pelo ajuste fiscal!
Em suma: o ato fulminaria a afinidade e a credibilidade do PT junto às suas bases históricas no campo, cujo poder de mobilização foi decisivo, tanto para a aprovação do nosso projeto em 2003, como para continuidade do mesmo com a reeleição de Vossa Excelência.
Não obstante, cumpre considerar que uma eventual incorporação do MDA no MDS equivocadamente remeteria para o plano da assistência social do governo o tratamento de uma pujante estrutura produtiva constituída pela economia agrícola de base familiar. Da mesma forma, transferiria para esse plano a abordagem da questão agrária brasileira; tema estrutural que está na raiz das nossas assimetrias e anacronismos históricos. Acima de tudo a manutenção e o fortalecimento do MDA se justificam pela dimensão econômica da agricultura familiar e camponesa.
Até por constar dos frequentes discursos do próprio governo seria desnecessária a exposição dos indicadores que atestam as virtudes e o alcance sistêmico da economia agrícola de base familiar na economia brasileira. De todo o modo vale destacar o papel estratégico desse segmento na oferta interna dos principais alimentos da dieta básica dos brasileiros, bem assim, na elevada capacidade de geração de renda, emprego e ocupações nas áreas rurais. Apenas a título de exemplo, de acordo com o IBGE o pessoal ocupado pela agricultura familiar é 3.7 vezes superior ao ocupado pela agricultura patronal. Enquanto no setor patronal, a geração de um emprego demanda, em média, 60 ha, no segmento familiar, essa relação cai para 9 ha, por emprego gerado
Senhora Presidenta, as trabalhadoras e trabalhadores que participaram da recente Marcha das Margaridas retornaram às suas bases convencidas (os) da consistência dos compromissos renovados por Vossa Excelência com o fortalecimento das ações do governo federal para o atendimento das demandas desses setores. Assim, uma eventual mudança no quadro ministerial exigiria, ao contrário, o maior empoderamento político do Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Nesses termos, seria recomendável repensar a inserção institucional da CONAB que tem no PAA o carro-chefe dos seus programas, e que incide justamente no público alvo da missão institucional do MDA.
Os impasses políticos na gestão do PAA em função das contradições daí derivadas têm comprometido de forma severa o desempenho desse programa que talvez tenha constituído na maior conquista da agricultura familiar.
Assim, avaliamos que seria de todo pertinente a transformação da CONAB em autarquia ligada ao MDA, mesmo porque, por tratar da regulação dos mercados de alimentos nada mais indicado do que vincular essa instância do governo à sua estrutura que dialoga com a principal base produtoras desses produtos.
Da mesma forma teria todo o sentido o acolhimento, pelo MDA, das atribuições institucionais do MPA. Particularmente no caso da pesca artesanal e da aquicultura a relação siamesa com a agricultura familiar e a temática fundiária é indiscutível. Não é por outro motivo que os programas oficiais de crédito para a pesca artesanal e a aquicultura de pequena escala são operados no âmbito do Pronaf.
Essa reforma, em estudo, poderia também se converter na oportunidade para a revisão da estrutura e da gestão da Embrapa de sorte a possibilitar condições objetivas para o direcionamento da empresa à geração de tecnologias socialmente apropriadas, para a soberania do Brasil nas tecnologias agrícolas.
Ante as considerações acima, temos a convicção que Vossa Excelência, ao contrário do que pregam os boatos terá a sabedoria política de oportunizar a eventual reforma ministerial para fortalecer o MDA e demais Ministérios que de fato traduzam na institucionalidade as aspirações das classes populares inferiorizadas nas relações de poder.

Respeitosamente,

Deputado Federal Padre João
Coordenador do Núcleo agrário do PT

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

EDITAL DE SELEÇÃO DE PESSOAL 007/2015


                                                    
EDITAL PARA SELEÇÃO DE PESSOAL - 07/2015

COFASPI – COOPERATIVA DE TRABALHO E ASSISTÊNCIA À AGRICULTURA FAMILIAR SUSTENTÁVEL DO PIEMONTE

A Presidente da Comissão de Seleção de Pessoal da COFASPI – Cooperativa de Trabalho e Assistência à Agricultura Familiar Sustentável do Piemonte, instituída pela Resolução 08/2014 de 16/07/2015 da presidência da Instituição, torna público que estará recebendo inscrições com o objetivo de selecionar profissionais para trabalhar no PROJETO APOIO A REDE DE FEIRAS AGROECOLÓGICAS DO PIEMONTE DA DIAMANTINA, CONVÊNIO ENTRE A SETRE/COFASPI, ATRAVÉS DO EDITAL Nº 001/2013.


1. VAGAS:

Animador/a: 03 (Três) vagas.

2. LOCAIS DE TRABALHO:
Os locais de trabalho terão como referência os municípios de Jacobina, Ponto Novo, Caldeirão Grande, Filadélfia, Caém, Saúde, Mirangaba, Miguel Calmon, Ourolândia e Capim Grosso a ser acertado com os/as candidatos/as no momento da contratação.

3. FASES DO PROCESSO SELETIVO:
1ª Fase - Análise de currículo;
2ª Fase - Entrevista, em sequência eliminatória.

4. ATRIBUIÇÕES E REQUISITOS:


4.1. Animador
a. Atribuições:
- Realizar os processos de seleção e cadastramento das famílias;
- Organizar e realizar as reuniões nas comunidades;
- Organizar e acompanhar cursos e capacitações realizadas para comercialização e redes solidárias;
- Promover e organizar eventos (reuniões, oficinas, cursos, seminários, workshops e debates) e acompanhar visitas e intercâmbios técnicos;
- Acompanhar a implantação e dimensionamento dos quintais produtivos;
- Acompanhar as feiras agroecológicas e a rede de feiras (REFAS);
- Desenvolver trabalho educativo em comunidades rurais;
- Preenchimento de formulários, relatórios, fichas, lançamento de dados em planilhas do Excel e tenha conhecimento sobre a variação dos preços e relação dos materiais;
- Acompanhar a construção e implantação das tecnologias e de equipamentos outros de captação e armazenamento de água da chuva;
- Participar na formulação, sistematização e difusão de experiências e processos de assessoria técnica pedagógica e propostas em seus campos de atuação do projeto, produzindo (ou contribuindo para a produção) materiais de divulgação (artigos, vídeos, livros, cartilhas, programas de rádio, etc.).

b. Requisitos:
- Ensino médio (Preferencialmente técnico em agropecuária, zootecnia, ou similares);
- Domínio de leitura e escrita;
- Habilidade de preenchimento de questionários;
- Experiência comprovada em assuntos relacionados com as atividades a serem desempenhadas;
- Disponibilidade para residir nas cidades referenciais citadas acima;
- Ter disponibilidade para contratação imediata;
- Ter disponibilidade para trabalhar em tempo integral (40 horas) e para viagens eventuais;
- Carteira de habilitação AB;
- Domínio de microinformática (Word, Excel, PowerPoint, ferramentas de Internet);
- Familiaridade com equipamentos de comunicação (máquina fotográfica, filmadora, GPS), desejável;
- Redação própria e capacidade de sistematização de ideias e propostas;
- Disponibilidade para viagens;
- Criatividade e capacidade de se relacionar em equipe, liderança e iniciativa.


5. PROCEDIMENTOS PARA INSCRIÇÃO:
a. Entrega de Currículo Vitae e dissertação pelo endereço eletrônico da COFASPI, (cofaspi@yahoo.com.br), constando a vaga pretendida e o termo: SELEÇÃO FEIRAS AGROECOLÓGICAS Edital 007/2015.
b. O/a candidato/a deverá, em no máximo 30 linhas redigir uma dissertação sobre o tema:  “Agricultura Familiar, Agroecologia e Economia Solidária”
Colocar no cabeçalho NOME COMPLETO e IDADE;
c. Pode ser entregue, também, na Sede da COFASPI, no endereço: Loteamento Vila Mãe Xanda, nº 60 Sítio Anadissor, Bairro: Jacobina II, CEP 44.700-000, próximo ao IFBA, em envelope fechado, com a descrição da vaga pretendida, acrescida da expressão: SELEÇÃO FEIRAS AGROECOLÓGICAS Edital 007/2015.


6. PRAZOS:

Ações
Datas - Limite
Observações

Envio dos currículos

09/10/2015
cofaspi@yahoo.com.br ou presencial. Serão aceitas os currículos que chegarem até as 17:00 h do dia 09/10/2015.
Resultado da aprovação da primeira etapa (1ª fase: Análise de currículos)

12/10/2015
será publicado (www.cofaspi.blogspot.com) e na sede da COFASPI


Entrevistas (2ª etapa)


14/10/2015
Serão realizadas na sede da COFASPI – Loteamento Vila Mãe Xanda, nº 60 Sítio Anadissor, Bairro: Jacobina II, CEP 44.700-000, próximo ao IFBA
Horário: 09:00.

Resultado Final

15/10/2015
será publicado (www.cofaspi.blogspot.com) e na sede da COFASPI

Apresentação e entrega dos documentos.

19 e 23/10/2015
Serão realizadas na sede da COFASPI – Loteamento Vila Mãe Xanda, nº 60 Sítio Anadissor, Bairro: Jacobina II, CEP 44.700-000, próximo ao IFBA
Horário: a partir das 09:00.

Treinamento/ Nivelamento Equipe

26 e 30/10/2015
Será realizado na sede da COFASPI: Loteamento Vila Mãe Xanda, nº 60 Sítio Anadissor, Bairro: Jacobina II, CEP 44.700-000, próximo ao IFBA
Horário: 08:30.
Obs.: A entrevista será realizada de forma coletiva apenas com os candidatos classificados na 1ª fase da seleção.

7. DURAÇÃO DA CONTRATAÇÃO:
A contratação será em regime de CLT, por tempo determinado.

8. VALIDADE:
Este processo seletivo terá validade de 90 dias, findo os quais, não havendo liberação dos recursos do Contrato, estará automaticamente cancelado.

9. DAS DISPOSIÇÕES FINAIS:
a. A COFASPI se reserva ao direito de não contratar ninguém para essas funções, caso os currículos e/ou entrevistas não preencham os requisitos exigidos neste edital.
b. A COFASPI não custeará as despesas de deslocamento (terrestre ou aéreo), hospedagem e alimentação dos/as candidatos/as selecionados/as para a entrevista.
c. Os candidatos classificados para entrevistas deverão levar cópia do RG, CPF, Carteira de Habilitação e Antecedentes Criminais.
Outras informações:
Telefone: (74) 3622 - 0017.

Jacobina - BA, 21 de setembro de 2015.

Robson Aglayton Cabral Rodrigues

Presidente da Comissão de Seleção


sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Ourolândia/BA


Encontro em Ourolândia/BA reuniu grupos sociais para discutir políticas e projetos para o território Piemonte

Na última quinta-feira (17), integrantes de associações agrícolas e assentamentos rurais, localizados no território Piemonte, fizeram parte de um encontro, no auditório municipal de Ourolândia/BA, que também reuniu pessoas vinculadas a organizações, cooperativas, instituições de ensino, sociedade civil, poder público, dentre outras. O objetivo foi de propor discussões sobre temas diversificados, como o acesso a políticas e projetos para fomento à atividade agropecuária sustentável em cidades da região e a defesa de recursos naturais.
Uma das participantes foi a residente do Assentamento Santa Luzia em Ourolândia/BA, Jilcimar Silva, 39 anos, que pôde esclarecer dúvidas sobre a possibilidade de propor um projeto, em edital de chamada pública, com a finalidade de obter recursos financeiros para melhorar a produção agrícola familiar e a criação de animais no local onde mora, além de ter acesso à assistência técnica.
Aos agricultores e agricultoras foram apresentados também as ações e o modo de atuação do Colegiado Territorial de Desenvolvimento Sustentável do Piemonte da Diamantina, entidade sem fins lucrativos que tem metas como a criação de um plano territorial para fazer o levantamento de demandas dos municípios. A estratégia é de propor discussões em câmaras técnicas ou grupos de trabalho sobre juventude, meio ambiente, saúde e infraestrutura, por exemplo.
Agricultores e agricultoras conheceram os editais de chamada pública
Em seguida, houve o início do diálogo com representantes da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR) que, em parceria com organizações como a Cooperativa de Trabalho e Assistência à Agricultura Familiar Sustentável do Piemonte (COFASPI), está divulgando editais de chamada pública que irão selecionar subprojetos orientados para o mercado da cadeia produtiva do leite e mercado da cadeia produtiva da apicultura e meliponicultura, com manifestação de interesse até 20 de setembro, bem como, subprojetos socioambientais, com manifestação de interesse até 25 de setembro, ambos voltados para associações e cooperativas agropecuárias dirigidas por agricultores/as familiares.
            Ainda durante o encontro, o professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano, Campus Senhor do Bonfim, Américo Lopes apresentou o “Núcleo de Pesquisa e Extensão do Território Piemonte”, projeto que foi proposto por pesquisadores da instituição de ensino e aprovado no ano de 2014 em edital de apoio à implementação e manutenção de núcleos de extensão em desenvolvimento territorial. Serão realizados cursos, oficinas, dias de campo, apoio a atividades e projetos, além de outras ações na região.

Mobilizações – O encontro em Ourolândia/BA integra uma série de discussões que estão sendo realizadas em cidades do Piemonte. Outra reunião está prevista para acontecer no dia 15 de outubro, em Mirangaba/BA. Já os grupos de trabalho do Colegiado Territorial agendaram um encontro para a próxima segunda-feira (21/09), às 15h, na sala de reuniões da Secretaria da Fazenda, localizada na Av. Orlando Pires, nº 800, Jacobina/BA.

Mais informações

Endereço eletrônico do Colegiado Territorial: codeterpiemonte@gmail.com

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

CARTA ABERTA

                                                            CARTA ABERTA

                             Por um Semiárido vivo com direito à água e Soberania Alimentar

 Exma. Presidenta da República Federativa do Brasil
 Srª. Dilma Rousseff

“A luta contra a miséria e a fome tem dupla dimensão: a emergencial e a estrutural. A articulação entre as duas dimensões é complexa e cheia de astúcias. Atuar no emergencial sem considerar o estrutural é contribuir para perpetuar a miséria. Propor o estrutural sem atuar no emergencial é praticar o cinismo de curto prazo em nome da filantropia de longo prazo”. 
                                                                                                                                          (Betinho)

 Nós, cidadãos e cidadãs, brasileiros e brasileiras, intelectuais, acadêmicos, artistas, parlamentares, religiosos, jornalistas e integrantes de movimentos sociais populares, do campo e da cidade, somos testemunhas dos muitos avanços vividos no Brasil nos últimos anos, que resultaram na redução de desigualdades sociais e econômicas. A situação apontada pelo sociólogo Betinho em relação à seca de 1979 a 1983, onde quase um milhão de pessoas morreram de sede e de fome, em decorrência da falta de ação do Estado, é uma realidade distante. O Semiárido de hoje é reconhecido por sua beleza, resiliência, alta capacidade de inovação e produção de conhecimento e alimentos. Tudo isso graças à força do povo que vive nessa região, que, com acesso a uma série de políticas públicas integradas, deu novo rumo à sua história. Políticas como o Bolsa Família, o Crédito, o PAA, o PNAE, o Seguro Safra, o Bolsa Estiagem e o Água para Todos propiciaram nova condição de vida ao povo do Semiárido. O acesso à água contribuiu diretamente com a desconstrução da imagem de um Semiárido sem vida e sem capacidade produtiva. Atualmente, quase um milhão de famílias têm água de qualidade para beber ao lado de casa, através das cisternas de placas; cerca de 120 mil famílias podem produzir de forma agroecológica, através das diversas 2 tecnologias de armazenamento de água para esse fim, a exemplo das cisternas-calçadão, barragens subterrâneas, barreiros-trincheiras, entre outras. Foi com a contribuição do Água para Todos que 40 milhões de pessoas saíram da miséria e da indigência. E apesar de todas as conquistas, ainda há muito o que fazer. O Semiárido vive uma das maiores secas dos últimos 60 anos. Por essa razão, neste momento de crise nacional e internacional, ao fazermos escolhas Sra. Presidenta, é fundamental reconhecer a existência de grupos sociais historicamente penalizados, e assim, os necessários ajustes não devem recair sobre eles. Queremos continuar assistindo à histórica redução das desigualdades que marcam o País. Não podemos parar, tampouco diminuir o ritmo dessas políticas, especialmente às responsáveis por garantir soberania alimentar. Reforçamos nosso apelo à Vossa Excelência para que não deixe o ajuste fiscal paralisar ações que vêm mudando radicalmente a paisagem e as faces do Semiárido para melhor e que garantem vida digna ao seu povo. Tenha certeza, Senhora Presidenta, estamos juntos nesta batalha de justiça e dignidade e não aceitaremos nada menos que a ampliação das políticas que transformam para sempre a vida das pessoas. 

                                                              Fome e miséria nunca mais!!!

                                                                 15 de agosto de 2015. 

Assinam esta carta: 1. Leonardo Boff - Ecoteólogo e membro da Iniciativa Internacional da Carta da Terra 2. Maria Emília Lisboa Pacheco - Presidenta do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea Nacional) 3. Chico César – Cantor 4. Dom Luiz Demétrio Valentini - Bispo de Jales/SP 5. João Pedro Stédile - Coordenador Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da Via Campesina 3 6. Tânia Bacelar de Araújo - Economista e Professora Aposentada da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) 7. Sérgio Sauer - Professor da Faculdade da UnB de Planaltina (FUP/UnB) no Programa de Pós Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural (Mader); Bolsista do CNPq e Professor Visitante no ISS/Holanda 8. Alberto Ercílio Broch - Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) 9. Paulo Victor Melo - Articulador do Coletivo Brasil de Comunicação Social (Intervozes) 10. Pedro Carlos Gama da Silva - Chefe-Geral da Embrapa Semiárido 11. Francisco Menezes - Pesquisador de Políticas Públicas de Segurança Alimentar, Pobreza e Desigualdade do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE) / ExPresidente do Consea Nacional 12. Florestan Fernandes Júnior - Jornalista 13. Rafaela da Silva Alves - Diretora Nacional do Movimento de Pequenos Agricultores (MPA) 14. Vera Masagão Ribeiro - Diretora Nacional da Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong) / Coordenadora Geral da Ação Educativa 15. Alex Federle do Nascimento - Secretário Executivo do Centro Dom José Brandão de Castro (CDJBC) 16. Humberto Carrão - Ator de Cinema e TV 17. Elmano de Freitas - Deputado Estadual do Ceará (PT/CE) 18. Ana Lúcia Vieira Menezes - Deputada Estadual de Sergipe (PT/SE) 19. Glênio Martins de Lima Mariano - Presidente do Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável do Estado de Minas Gerais 20. Haroldo Schistek - Fundador e Presidente do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA) 21. Xico Sá - Escritor e Jornalista 22. Irio Conti - Fian Internacional (FoodFirst Information & Action Network) 23. Jorge Rabanal - Coordenador Adjunto do Fórum Sergipano de Combate aos Venenos Agrícolas e Transgênicos 24. Josefa Neide Santos - Presidenta do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (SE) 25. Josevanda Mendonça Franco - Professora da Coordenadoria de Combate à Violência na Escola (SEED/SE) 26. Lídia Anjos - Articuladora Estadual do Movimento Nacional de Direitos Humanos em Sergipe (MNDH/SE) 27. Luiz Couto - Deputado Federal da Paraíba (PT/PB) 28. Moema Gramacho - Deputada Federal da Bahia (PT/BA) 29. Karina Buhr - Cantora e Compositora 30. Lúcio Marcos Oliveira Santos - Presidente do Comitê Estadual de Educação no/do Campo (EDUCAMPO/SE) 31. Dom Jacinto Brito - Arcebispo de Teresina e Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) Regional Nordeste 04 32. Luzijan Aragão - Presidente do Conselho Regional de Serviço Social da 18ª Região (CRESS) 33. Miguel Caetano Neto - Líder da Ordem dos Advogados do Brasil em Sergipe (OAB/SE) 34. Nelson Araújo – Ex-Deputado Estadual de Sergipe e Presidente da Federação das Associações das Micro e Pequenas Empresas do Estado de Sergipe (FAMPEME) 4 35. Renato Salim Maluf - Ex-Presidente do Consea Nacional 36. Sônia Lúcia Lucena Sousa de Andrade - Conselheira do CONSEA Nacional representando o Conselho Federal de Nutricionistas (CNF) 37. Thiago Oliveira - Presidente do Instituto Braços 38. Irandhir Santos - Ator 39. Victor Furtado - Realizador e Pesquisador de Cinema 40. Silvio Caccia Bava - Diretor e Editor-Chefe do Le Monde Diplomatique Brasil 41. Dom André De Witte - Bispo de Rui Barbosa/BA 42. Dom Egídio Bisol - Bispo da Diocese de Afogados da Ingazeira/PE / Grupo “Fé e Política” 43. Dom Geraldo Lyrio Rocha - Arcebispo de Mariana/MG 44. Dom João José Costa - Bispo Coadjutor da Arquidiocese Metropolitana de Aracaju 45. Dom José Gonzáles Alonso - Bispo da Diocese de Cajazeiras/PB 46. Dom Juarez Sousa da Silva - Bispo da Diocese de Oeiras/PI 47. Mayara Ingrid Sousa Lima - Secretária Nacional da Juventude Franciscana do Brasil (JUFRA) 48. Neusa Cadore - Deputada Estadual da Bahia (PT/BA) 49. Anivaldo Padilha - Líder Ecumênico e Ativista dos Direitos Humanos 50. Cibele Kuss - Secretária Executiva da Fundação Luterana de Diaconia 51. Presbítero Darli Alves de Souza - Secretário Regional para o Brasil do Conselho LatinoAmericano de Igrejas 52. Renato Roseno - Deputado Estadual do Ceará (PSOL/CE) 53. Eliana Bellini Rolemberg - Conselho Latino Americano de Igrejas (CLAI Brasil) / Membro do Comitê Facilitador da Plataforma por um Novo Marco Regulatório para as Organizações da Sociedade Civil 54. Francisco de Assis da Silva - Primaz da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil / Diocesano em Santa Maria 55. Waldenor Pereira - Deputado Federal da Bahia (PT/BA) 56. Franques Rodrigo de Souza - Pastor da Igreja Batista Presbiteriana Independente de Aracaju (IPI Aracaju) 57. José Marcos da Silva - Pastor da Igreja Batista de Coqueiral (Recife/PE) / Instituto Solidare 58. Naudal Alves Gomes - Bispo da Diocese Anglicana do Paraná / Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB) 59. Dom Sebastião Armando Gameleira Soares - Bispo Emérito da Diocese Anglicana do Recife / Igreja Episcopal Anglicana do Brasil 60. Sônia Gomes Mota - Diretora Executiva da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE) 61. Anísio Maia - Deputado Estadual da Paraíba (PT/PB) 62. Orlangelo Leal - Diretor Artístico da Banda Dona Zefinha 63. Elmano Férrer - Senador (PTB/PI) 64. Fernando Mineiro - Deputado Estadual do Rio Grande do Norte (PT/RN) 65. Jailton Santana - Vice-Presidente da Câmara de Vereadores de Aracaju 66. Nelson Martins - Ex-Secretário do Desenvolvimento Agrário e atual Secretário de Relações Institucionais do Governo do Estado do Ceará 67. Paulo José Ferreira - Prefeito Municipal de Várzea do Poço/BA 68. Raquel Marques - Deputada Estadual do Ceará (PT/CE) 69. Aldrin Martin Perez Marin - Correspondente Científico do Brasil junto à Convenção das Nações Unidas para o Combate à desertificação (UNCCD) / Coordenador de Pesquisa do Instituto Nacional do Semiárido (INSA) 5 70. Dorival Fernandes - Coordenador da Rede de Educação Cidadã (RECID) 71. Edni Oscar Schroeder - Coordenador da REDEgenteSAN/FAURGS e Presidente do CONSEA-RS 72. Elza Braga - Professora da Universidade Federal do Ceará (UFC) / Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea Nacional) 73. Fátima Bezerra - Senadora (PT/RN) 74. Gema Galgani Esmeraldo - Professora da Universidade Federal do Ceará (UFC) 75. Guilherme da Costa Delgado - Presidente da Associação Brasileira de Reforma Agrária (ABRA); Pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e Consultor da Comissão Brasileira de Justiça e Paz 76. Helena Selma - Professora da Universidade Federal do Ceará (UFC) 77. Ignácio Herman Salcedo - Professor aposentado da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Professor Convidado da Universidade Federal da Paraíba (UFPB/Campus Areia) 78. Irene Maria Cardoso - Presidenta da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA) e Professora da Universidade Federal de Viçosa/MG 79. Ivo Lesbaupin - Sociólogo, Pesquisador do CNPq, Coordenador do Núcleo de Pesquisa “Exclusão Social e Poder Local” na Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Secretário Executivo do ISER Assessoria 80. José Borzacchiello - Professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) 81. José Jonas Duarte da Costa - Professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Professor da Comissão Pedagógica Nacional do Pronera e Pesquisador Convidado do Instituto Nacional do Semiárido (INSA) 82. José Levi Furtado Sampaio - Professor da Universidade Federal do Ceará (UFC)/LEAT 83. Leonardo Bezerra de Melo Tinôco - Pesquisador do Programa de Pós Graduação em Ciências do Solo da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) 84. Manfredo Araújo de Oliveira - Professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) 85. Marcia Maria Monteiro de Mirada - Educadora Popular do Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Petrópolis/RJ 86. Marilene Nascimento Melo - Núcleo de Extensão Rural Agroecológico da Universidade Estadual da Paraíba 87. Lídice da Matta – Senadora (PSB/BA) 88. Salomão de Sousa Medeiros - Pesquisador do Instituto Nacional do Semiárido (INSA) 89. Ângela Maria de Melo - Presidenta do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica da Rede Oficial do Estado de Sergipe (SINTESE) 90. Francisco Wil e Silva Pereira - Vice-Presidente da Diretoria Executiva Estadual Ceará da Central Única dos Trabalhadores (CUT/CE) 91. Luiz Carlos Ribeiro de Lima - Presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Ceará (Fetraece) 92. João Somariva Daniel - Deputado Federal de Sergipe (PT/SE) 93. Willian Clementino - Vice-Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) 94. Moisés Braz - Deputado Estadual do Ceará (PT/CE)