segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Troca de saberes em Intercâmbio do P1+2 incentiva e fortalece a produção agroecológica

    
Compartilhar experiências e ações realizadas cotidianamente em suas terras e propriedades resulta em momentos ricos e alegres para agricultores e agricultoras em todo Semiárido. Esses espaços se intensificam nos intercâmbios realizados pelo Programa uma Terra e Duas Águas – P1+2, da Articulação Semiárido Brasileiro – ASA, que está sendo executado no Território Piemonte da Diamantina pela Cooperativa de Trabalho e Assistência à Agricultura Familiar Sustentável do Piemonte – COFASPI e financiado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS.

Dessa forma, aconteceu no município de Capim Grosso, (Bahia) o Intercâmbio Intermunicipal do P1+2, tendo como objetivo fortalecer a agricultura familiar, a partir da troca de saberes entre os agricultores e as agricultoras em torno das práticas agroecológicas. As visitas foram acompanhadas pelo Coordenador do P1+2, Gilvando Souza. “Ficamos felizes em proporcionar esses momentos de interação de agricultores e agricultoras, mais ainda de ver as tecnologias contribuindo para melhoria de vida do povo do campo. E que em um futuro próximo as pessoas que estão visitando hoje sejam também visitadas por outras que serão atendidas pelo projeto P1+2”, enfatiza Gilvando.
O intercâmbio contou assim, com a participação de pessoas atendidas com as tecnologias sociais voltadas para produção de alimentos e a criação de pequenos animais. A ideia foi visitar famílias atendidas no termo passado, que vem conseguindo aumentar a produção e comercializar, gerando uma renda familiar.
O primeiro dia pela manhã, realizou-se duas visitas para conhecer a tecnologia social Cisterna-Calçadão dando bons frutos para a agricultura familiar na comunidade Mata do Estado. As visitas foi nas casas das irmãs Jucineide de Jesus Silva e Soneta de Jesus Silva (Baíta). Ambas com boa produção de hortaliças, que garante a segurança alimentar e nutricional de suas famílias e comercializam o excedente na Feira Agroecológica de Capim Grosso.
Segundo as irmãs a tecnologia trouxe um grande diferencial em suas vidas, pois antes produziam bem menos, precisavam comprar muito do que hoje já adquirem em suas propriedades. “Melhorou e muito, antes nem onde armazenar água a gente tinha, nem da chuva e nem mesmo de carro pipa. (...) Depois da cisterna estamos plantando mais coisas, que dar para tirar o de casa e levar um pouco para a feirinha”, diz Baíta.

Outro lugar de aprendizagem, durante a parte da tarde, se deu na Horta Casa do Menor, local esse que contempla algumas diversidades de hortaliças. Assim, foi possível conhecer a partir da interação com um dos responsáveis da Horta Judson, a forma de plantio do espaço, como também tempo de plantar e colher, para não perder a produção, adubação, compostagem orgânica e o cuidado diário com a irrigação da horta.
No dia seguinte, logo cedo, o grupo de agricultores/as foi visitar a Feira Agroecológica de Capim Grosso, além de conhecer o trabalho dos produtores/as, os participantes ficaram animados com o resultado de garra e resistência de outras pessoas que já foram contemplados no termo passado, comercializando mesmo no período difícil de estiagem. Para encerrar bem do dia, os/as feirantes/as contaram um pouco do processo, das reuniões e da união do grupo para conseguir articular e organizar a Feira Agroecológica de Capim Grosso.
A implantação da Feira, aconteceu por intermédio do Projeto:  Promoção  e Fortalecimento de Fundos Rotativos Solidários e Feiras Agroecológica Solidária no  Território  Piemonte  da  Diamantina  -  Estado  da  Bahia,  executado  pela COFASPI.  Um dos objetivos centrais do projeto dá-se pela criação da Rede de  Feiras  Agroecológica  Solidária  do  Piemonte  da  Diamantina   (REFAS),  que tem  como  proposta  criar  um  Fundo  Rotativo  permanente  para  que  o  grupo possa  aumentar  a  produção  e  caminhar  com  suas  próprias  pernas,  com autonomia.
“O mais importante e o que faz esse grupo está aqui hoje é união que nós temos, se não fosse isso não tínhamos conseguido nada”, relata Marcone (Feirante).

“Sempre que têm esses momentos assim, eu gosto de participar e levar as experiências dos nossos companheiros agricultores ai pra casa. É uma troca de saber mesmo e muito boa”, diz Durvalino dos Santos.



Robervânia Cunha, Comunicadora Popular da COFASPI/P1+2

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