segunda-feira, 13 de novembro de 2017
domingo, 12 de novembro de 2017
ASA, FBAF e AABA divulgam nota pública sobre manifestações populares em Correntina
Foto: arquivo site notícias da Lapa |
NOTA PÚBLICA
A Articulação do
Semiárido da Bahia - ASA Bahia, o Fórum Baiano da Agricultura Familiar -
FBAF e a Articulação de Agroecologia na Bahia - AABA apoiam totalmente
os protestos que ocorreram no dia 02 de novembro último, em Correntina,
em defesa do uso público das águas e contra a degradação gerada pelo
agronegócio naquela região.
Ao mesmo tempo, endossamos os posicionamentos da Comissão Pastoral
da Terra - CPT, dos movimentos populares da região de Correntina e da
Deputada Neuza Cadore, que em declarações na Assembleia Legislativa e
fora dela, manifestou-se a favor dos interesses públicos e contrária aos
processos predatórios que se desenvolvem na região de Correntina.
Com o ato, as comunidades de Correntina, especialmente aquelas dos
Fundos e Fechos de Pasto, organizações da sociedade civil e Sindicatos
de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais denunciam a crescente devastação
da Caatinga, do Cerrado e do que ainda resta de Mata Atlântica naquela
região. O agronegócio vem, progressivamente, determinando a morte do Rio
Corrente e depredação do aquífero Urucuia, através da retirada de água,
sem critérios, para irrigações predatórias que se multiplicam por
aquela região.
Este ato e manifestações somam-se ao clamor público sobre a situação,
já há mais tempo denunciada, do Rio São Francisco, com sua morte
decretada pelos mesmos procedimentos predatórios que ora se fazem sentir
em Correntina. As multidões vão às ruas exigindo o cumprimento da
legislação de proteção ambiental, legislação esta que vem sendo
descumprida largamente nesta região e em outras de nosso Estado. O
Cerrado continua sendo desmatado, as matas ciliares derrubadas, os
afluentes dos rios sendo gradativamente transformados em rios
intermitentes.
Se depredamos a região de Correntina, se desmatamos o Cerrado e a
Caatinga, se castigamos a reserva de Urucuia, se expulsamos de suas
terras as comunidades tradicionais que zelam por estes biomas e estas
águas e delas se consideram seus guardiões, se damos ao Rio Corrente o
mesmo destino que já demos ao São Francisco, que adianta falarmos em
desenvolvimento?
Devastar florestas, depredar rios e reservas é cometer um crime
hediondo, pois nega perspectivas da vida às populações atuais, assim
como a milhares pessoas que virão depois de nós. Não temos o direito,
sob a alegação de gerar recursos e de um pseudodesenvolvimento, de legar
aos nossos pósteros rios intermitentes ou secos, reservas devastadas,
florestas dizimadas, terras desertificadas.
Não se justifica ação policial contra os manifestantes e nem a
criminalização dos movimentos sociais, como começa a acontecer. Isso não
resolve. Piora. A população busca direitos violados. E não abdicará de
buscá-los mesmo sendo incriminados e expostos à injusta ação policial.
Queremos uma reunião urgente com o Governador do Estado e os
Secretários do Desenvolvimento Rural, do Meio Ambiente, da Segurança
Pública e da Casa Civil, juntamente com outros atores que apoiam os
movimentos, para debater e direcionar questões relativas às aguas
naquela região, assim como às terras em que vivem as comunidades
tradicionais.
Avaliamos que esta demanda será de logo atendida pelo Governo do
Estado e que poderemos construir caminhos de solução deste conflito.
A ASA Bahia, o FBAF e a AABA se colocam à disposição para esta
construção, ao tempo em que reiteram o apoio aos movimentos sociais de
Correntina e se colocam absolutamente contra toda e qualquer tentativa
de incriminação dos mesmos.
quinta-feira, 9 de novembro de 2017
Assembleia de Constituição da Cooperativa REFAS foi realizada em Jacobina/BA
Agricultores/as eleitos/as para Conselho Fiscal e Diretoria Executiva |
Agricultores
e Agricultoras familiares da Rede de Feiras Agroecológicas Solidárias do
Piemonte (REFAS Piemonte) se reuniram em assembleia, na última quarta (8), para constituir cooperativa. Após aprovação de estatuto, foi feita eleição de membros do Conselho
Fiscal e da Diretoria Executiva. A assembleia, que foi convocada pela
agricultura Elaine Ribeiro, integrante da Comissão de Constituição, ocorreu no
Centro Cultural de Jacobina/BA.
A assembleia ocorreu no Centro Cultural de Jacobina/BA |
Também
participaram representantes de poderes públicos, parceiros/as da REFAS Piemonte
e integrantes da COFASPI, que desenvolve projeto de apoio às feiras
agroecológicas, por meio de convênio com a Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda
e Transporte da Bahia. “A história da Cofaspi se confunde com a história das
feiras agroecológicas. Então, é uma satisfação enorme chegar a essa conquista e
poder auxiliar uma organização com agricultores/as que optaram por produzir de
forma agroecológica, sem utilizar venenos e com uma maneira de comercialização
que respeita todos/as”, ressaltou o diretor-presidente da Cofaspi, Leonardo
Lino.
Ao
final, foi feita uma homenagem simbólica à REFAS com a entrega de uma placa com
a data de constituição da cooperativa e que expressa uma das essências do
cooperativismo: “Quando nos unimos para o bem comum, somos mais forte”. O
diretor eleito na assembleia de constituição da Cooperativa REFAS, Antônio Santos,
expressou a gratidão pela homenagem e a parceria com a COFASPI.
Agricultores/as do distrito Paraíso, em Jacobina/BA, visitaram experiências de manejo do rebanho leiteiro em comunidades rurais de Queimadas/BA
Encontro de intercâmbio em Queimadas/BA |
Texto e foto:
Luna Layse Almeida – Comunicação Cofaspi
Agricultoras
e agricultores que integram a Associação de Produtores de Leite de Novo Paraiso
e Adjacências participaram de encontro de intercâmbio, na região de Queimadas/BA,
para conhecer experiências de manejo do rebanho leiteiro. A atividade,
realizada no final do mês de setembro, contou com parceria da Cooperativa de
Trabalho e Assistência à Agricultura Familiar Sustentável do Piemonte (COFASPI)
- uma das organizações que está prestando serviços de assistência rural do
Projeto Bahia Produtiva-Desenvolvimento Rural Sustentável, financiado pela
Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR); Secretaria de
Desenvolvimento Rural (SDR); e Superintendência Baiana de Assistência Técnica e
Extensão Rural (Bahiater) e Grupo Banco Mundial, além do apoio de parceiros/as.
Saindo
do distrito Paraíso, em Jacobina/BA, o grupo de 36 agricultoras/es, seguiu para
Capim Grosso/BA, onde percorreram estradas de chão até chegar na Fazenda Lagedo,
localizada na área rural do município Queimadas/BA, em que foram recebidos pelo
agricultor Luís Gonçalves. Na fazenda, a palma forrageira é uma das principais
fontes de alimentação do rebanho. “Na nossa região a gente não tira leite de
pedra, a gente tira leite de palma”, ironiza o agricultor. Também são
fornecidos alimentos como milho, soja, cevada e bagaço de cana-de-açúcar. Em
média, são 54 vacas de lactação, com duas ordenhas diárias feitas com máquinas
chamadas de ordenhadeiras. Ao todo, são cerca de 1.400 litros de leite por dia.
O
intercâmbio de experiências também foi realizado na propriedade da família de
Ilvanete Tavares e Gildeon Silva, na Fazenda Gitirana, em Queimadas/BA. “Acordo
às três da manhã e estou acompanhando o processo das três ordenhas do dia”,
relata a agricultora sobre a rotina de trabalho do casal. Na fazenda, onde a
ordenha também é mecanizada, são oito animais em lactação, com produção média
total de 250 litros por dia. Sobre a alimentação do rebanho, eles explicam que tem
sido fornecido palma, mandacaru, cevada, bagaço de cana-de-açúcar, dentre
outros. “O que me chamou atenção é que a dieta das vacas é muito simples (...)
a única coisa que a gente conhece menos é a cevada”, relatou o agricultor João
Araújo - integrante da Associação de Produtores de Leite de Novo Paraiso e
Adjacências - ao final das visitas e trocas de saberes com as famílias que moram
em Queimadas/BA.
A
atividade, foi realizada com o apoio do Projeto Bahia Produtiva-Desenvolvimento
Rural Sustentável (CAR/SDR), com a finalidade de incentivar a socialização de
práticas da produção leiteira. “Nós temos que colocar em prática muito do que
vimos nas visitas”, destacou o técnico da COFASPI, Valdinei Oliveira. Ainda no
mês de novembro, devem ser iniciados os seminários, encontros e visitas
técnicas do Bahia Produtiva, que na Associação em Paraíso terá o acompanhamento
da COFASPI. A Cooperativa também terá atuação em Caém, Miguel Calmon,
Serrolândia, Ourolândia, Várzea Nova, Capim Grosso, Quixabeira e Várzea da
Roça. A previsão é de que o projeto seja desenvolvido durante três anos.
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