Famílias que têm tecnologias para armazenar água de produção desenvolvem produções agroecológicas |
O excedente de alimentos é comercializado, aumentando a renda mensal das famílias agricultoras |
Durante a primeira semana do mês de agosto, foi realizado o levantamento de dados para uma auditoria do Projeto Mais Água I nas cidades de Caém, Caldeirão Grande, Ponto Novo, Filadélfia, Saúde e Pindobaçu, na Bahia. Localidades em que a COFASPI desenvolveu, entre os anos 2012 e 2015, a implementação de tecnologias para captação e armazenamento de água da chuva para produção no Semiárido e ações de incentivo à agroecologia, por meio de convênio com a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS) do Governo do Estado da Bahia, a partir de recursos do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
Nos municípios, foram realizadas visitas em algumas das propriedades onde vivem famílias agricultoras que receberam tecnologias do Projeto Mais Água I. De acordo com o técnico Marcos Souza da SJDHDS, um dos objetivos desse acompanhamento é verificar se cisternas, barreiros e tanques de pedra, por exemplo, continuam com boa estrutura física para o armazenamento de água. “Também observamos se os beneficiários estão plantando”, explicou ao dar ênfase à necessidade de garantir soberania alimentar para as famílias com o uso da água armazenada. O técnico adiantou ainda que, nos lugares onde esteve acompanhando as tecnologias implementadas pela COFASPI, pôde observar que estão em perfeito estado e as famílias estão fazendo bom aproveitamento da água para produzir alimentos.
O animador de campo Valdinei Oliveira e o técnico da SJDHDS Marcos Souza |
Uma das visitas foi realizada na comunidade Capim, em Ponto Novo/BA. Onde o agricultor Jurandir Almeida mora com a esposa Rosanete Alves e os filhos do casal. No quintal da residência da família, muitas leiras estão carregadas de hortaliças e outras estão em fase de preparo do solo para fazer o replantio. “Tem que lutar com tudo”, exclama o agricultor que utiliza os produtos para o consumo familiar e o excedente comercializa na feira da cidade, realizada toda sexta. Ele conta ainda que já chegou a levar cerca de 100 pés de hortaliças para vender, o que contribui para a renda mensal. “Eu trabalho pra mim e minha família”, conclui ao destacar a importância da atividade agroecológica e da cisterna que tem na propriedade para propiciar autonomia.
Em outra localidade próxima, vive a família da agricultora Boaventura Silva, que desenvolve na comunidade Várzea do Moura o cultivo de hortaliças (cebola, cebolinha, coentro e alface) próximo à cisterna enxurrada, implementada por meio do Projeto Mais Água I. “Nunca comprei na feira cebola e coentro”, conta ao esclarecer que esta é umas das principais produções que não falta à mesa da família. Também mostra na roça, fruteiras como coco, caju e o pé carregado de laranjas que são variedades que recebeu durante o Mais Água I.
Ao todo, por meio do Projeto, foram implementadas 304 cisternas de produção, 3 barragens subterrâneas, 487 barreiros trincheira familiar, 26 barreiros trincheira comunitário, 54 limpezas de aguadas, 100 quintais produtivos, dentre outras ações, a exemplo de 148 capacitações de famílias com base em fundamentos da agroecologia. Até junho de 2015 foram beneficiadas 900 famílias. Período em que o convênio foi ampliado através do aditivo do Projeto Mais Água I para atender outras 210, totalizando 1.110 beneficiários/as.
O agricultor Jurandir Almeida ressalta que ganhou autonomia com a cisterna de produção |
A agricultora Boaventura Silva mora em Ponto Novo/BA |
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