Na próxima quarta-feira (6),
começa, em Jacobina/BA, o 6º Encontro de Agricultores e Agricultoras
Experimentadores/as. Na sexta edição do evento, que ocorre em um momento de
conjuntura política com cortes de orçamentos de programas sociais e redução de
políticas públicas na região Semiárida, será discutido o tema “Convivência com
o Semiárido, Agroecologia e Agricultura Familiar: desafios e perspectivas".
O Encontro é organizado pela Cooperativa de Trabalho e Assistência à
Agricultura Familiar Sustentável do Piemonte (COFASPI), com o fundamental apoio
de parceiros/as, como a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), e a Secretaria
de Desenvolvimento Rural (SDR) do Governo da Bahia, por meio da Companhia de
Desenvolvimento e Ação Regional (CAR).
A abertura do 6º Encontro de
Agricultores e Agricultoras Experimentadores/as - que deve reunir, em média,
300 agricultores/as familiares com o intuito de propiciar trocas de
experiências agroecológicas e da economia solidária – será no Clube 2 de
Janeiro, Centro de Jacobina/BA, às 14h. Também participam do evento
representantes de organizações do Semiárido, militantes de movimentos sociais e
representantes de poderes públicos. A programação do dia 6 de dezembro inclui
ainda painel temático, às 16h, que dialoga sobre o tema do evento para discutir
políticas e direitos sociais no
Semiárido, fundamentais para a permanência das famílias no campo com vida digna.
“Eu
nasci no Inácio João, mas precisei morar fora, e quando eu estava como agente
de saúde vieram as cisternas que a gente conseguiu e eu pensei na possibilidade
de voltar para as minhas origens (...). A agricultura é algo que me dá mais
prazer porque eu imagino hoje que a gente faz saúde com os produtos de
qualidade, com os produtos agroecológicos”, relata a agricultora Janete
Rodrigues de Caém/BA.
As
articulações nas comunidades rurais e lutas políticas tem sido fundamental para
buscar a manutenção do acesso a políticas sociais que tem contribuído para a melhoria da qualidade de vida no
campo e conquista de autonomia das famílias rurais, a exemplo de projetos para implementar
tecnologias de armazenamento da água da chuva, produção e comércio de alimentos
saudáveis, assistência técnica, dentre outros. Para o ano de 2018, o Governo
Federal prevê cortes de orçamentos para a agricultura familiar e também para projetos
sociais no Semiárido. O que motiva o diálogo sobre os desafios e perspectivas
no campo.
“Precisamos refletir sobre os
avanços que a gente teve, a conquista de direitos sobretudo no Semiárido e a
quantidade de famílias que puderam acessar direitos básicos e políticas
públicas. Depois, observar de que maneira isso nos foi tomado. Essa é a
importância do debate, é perceber que por interesse particular de grupos que estão
à frente do poder econômico do país, o acesso a direitos e políticas foram
retirados dos agricultores e agricultoras. Então, precisamos fortalecer o
debate político nas comunidades e organizações para que a gente possa continuar
lutando por esses direitos”, destacou o diretor-presidente da COFASPI, Leonardo
Lino.
O 6º Encontro de Agricultores e Agricultoras
Experimentadores/as tem ainda o objetivo de valorizar as culturas locais e
regionais. Serão realizadas noites culturais com participação de atrações
locais, Raimundo Sodré, Flávia Wenceslau, Roberto Mendes e Maviael Melo. Na quarta
(6) e quinta-feira (7), a programação cultural gratuita inicia às 19h, na
concha acústica do Bairro Missão, onde também terá venda e exposição de
produtos da agricultura familiar. Já na sexta-feira (8), as atividades
culturais ocorrem na Praça Céu da Artes. Para mais informações, os/as
interessados/as podem entrar em contato por meio do telefone: (74) 3622-0017.
COFASPI – A cooperativa é uma entidade
social que atua em cidades da região Nordeste e busca conhecer a realidade de
agricultores e agricultoras, envolvendo as três dimensões da sustentabilidade:
ambiental, social e ecológica. Por meio de projetos, a COFASPI também busca
contribuir para o acesso a políticas públicas da agricultura familiar,
colaborar na implementação de tecnologias sociais de armazenamento de água da
chuva, bem como, em ações para fomentar a produção agroecológica e segurança
alimentar com metodologias participativas que visam favorecer a escuta, o
diálogo e a troca de aprendizados com agricultores e agricultoras familiares.
Texto – Luna Layse Almeida (Comunicação
COFASPI)
Nenhum comentário:
Postar um comentário