Mais um espaço de troca de conhecimentos para agricultores/as familiares é realizado nos municípios de Jacobina, Quixabeira, Capim Grosso e Ourolândia

Momento em que Seu João conta para os outros
 participantes como os seus  faziam para guardar e preservar as sementes crioulas 

Acesso e troca de saberes e a importância da organização popular para a transformação social em busca do desenvolvimento rural sustentável foram os destaques desta segunda turma dos cursos de Gestão da Água para Produção de Alimentos realizados, simultaneamente, nos dias 27 a 29 de agosto para as famílias dos municípios de Jacobina e Quixabeira e 29 a 31 do mesmo mês nos municípios de Capim Grosso e Ourolândia.



São cerca de 300 famílias dos quatro municípios atendidos pelo P1+2 participantes das atividades de formação, intercâmbios e encontros de avaliação. E são nestes momentos que as famílias se encontram, interagem com outras pessoas de localidades diferentes, trocam saberes e experiências. Para Seu Edvaldo, da Comunidade Tigre, em Capim Grosso, que há cerca de 10 anos começou a participar de eventos como estes, explica que o acesso ao conhecimento tem sido fundamental para ver como é possível conviver bem com o clima de semiaridez da sua região.

“Agradeço tanto aquelas reuniões que eu participei, aprendi alguma coisa que ‘tá’ dando para eu viver tão diferente do que eu pensava, com a convivência com a seca, com os animais, aprendi a fazer ração de dentro da minha propriedade sem depender tanto de dinheiro”, diz seu Edvaldo, agricultor familiar.

Para a COFASPI, integrante da Articulação no Semiárido Brasieliro (ASA), a proposta da formação é trabalhar temáticas em torno da Convivência com o semiárido e a Agroecologia com os agricultores/as, no intuito de provocar nas famílias o debate e a prática cada vez mais freqüente de uma agricultura familiar, onde se respeite a relação homem natureza, com o manejo sustentável da terra e da água.

A estudante de geografia, Luciana, da comunidade de Velame, município de Jacobina, afirmou que ao ter contato com mais este espaço de conhecer novas histórias de experiências de organizações comunitárias formadas por mulheres lhe motivou a mobilizar outras mulheres da sua localidades para colocarem em prática o que já queriam a muito tempo. “Às vezes a gente não sabe em que direção ir, e eu me senti motivada de buscar, pesquisar e procurar em que atividade a gente pode se engajar”, conclui.

Estas turmas fecharam o ciclo de cursos do GAPA nos municípios onde o P1+2 está sendo realizado. As famílias a partir de então já podem integrar as novas equipes para o segundo curso do P1+2, o manejo Simplificado para Irrigação. O P1+2 é uma realização da Articulação no Semiárido Brasileiro e esta sendo executado pela Cooperativa de Assistência à Agricultura Familiar Sustentável do Piemonte (COFASPI), com o financiamento do Ministério do Desenvolvimento Social de Combate à Fome (MDS). (Texto e foto: Karine Silva – Comunicação COFASPI)