Pensar e planejar a propriedade a partir das condições climáticas e da disponibilidade de água para produzir alimentos de forma sustentável é um dos objetivos que está reunindo agricultoras e agricultores familiares de Capim Grosso, Jacobina, Ourolândia e Quixabeira na capacitação em Gestão da água para a Produção de Alimentos (GAPA), do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2). O curso foi realizado de 13 a 15 de agosto, simultaneamente, nos municípios de Jacobina e Quixabeira. De 15 até 17 é a vez das turmas de Capim Grosso e Ourolândia. Até o final do mês de agosto cerca de 260 famílias beneficiárias do P1+2 passarão pelas formações do GAPA.
Ao longo dos três dias de curso os agricultores/as familiares também discutem temas como a Convivência com o Semiárido, Agroecologia e Economia solidária pensada de forma geral e contextualizada. Desta forma, durante a formação os participantes se apropriam das temáticas contextualizando-as com a realidade em que vivem e com as demandas que apontam. Uma das instrutoras do GAPA, Jaqueline dos Santos, que está com a turma de Capim Grosso, avalia este momento de formação como o espaço para discutir com as famílias a idéia de que elas precisam se sentir parte transformadora da sociedade.
“O curso vem no sentido de sensibilização. Uma das questões que a gente tenta trazer para dentro do curso é fazer com que as pessoas façam o curso acontecer, chega de está sempre alienando as pessoas em outros lugares. Aqui é importante que os agricultores e agricultoras se coloquem no centro e percebam que este processo é criado por eles e que o curso só vai acontecer de fato se eles perceberem que é deles”, enfatiza Jaqueline.
Um das expectativas dos agricultores/as é a de receberem a assistência adequada de como realizarem o processo inicial e/ou de transição para agricultura nos princípios de Agroecologia. “A gente aprende muito mais com os companheiros, com o instrutor do curso, com todos a plantar alimentos orgânicos para o consumo, além de analisar o fato de comprarmos alimentos que não conhecemos de onde vem e o mal que isto pode trazer para a nossa saúde”, considera Osvaldo Reis, da comunidade de Itapeipu, do município de Jacobina.
Já para Leila Lima, da comunidade de Pintados, de Quixabeira, a expectativa em ralação ao curso é de aprendizagem, “a gente precisa ter conhecimento para saber lidar com a cisterna para depois planejar a propriedade e produzir”, afirma Leila. Ela considera ainda que a realização do curso é “fundamental”, “só a construção para achar a cisterna pronta não vai adiantar nada, é preciso ter a técnica para plantar para cuidar da terra, então, o curso vem para aperfeiçoar isso, para dar um suporte”. Para Miguel, que produz na medida em que tem acesso a água, “o curso já vem para capacitar e pra gente trocar idéias para se adaptar melhor a esta atividade [agricultura orgânica]”.
O P1+2 é uma realização da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), com a execução da COFASPI, no Território Piemonte da Diamantina e com o financiamento do Ministério do Desenvolvimento Social e combate à Fome (MDS).(Texto e foto: Karine Silva – Comunicação COFASPI/ASA)
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