quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

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Página institucional

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Cordel de Vagner Bispo

O cordelista Vagner Bispo (à direita) mora em Umburanas/BA

*texto transcrito conforme versão original, mantendo marcas culturais

A agricultura familiar é uma coisa de confiança
Muita gente pra trabalhar
A COFASP para ajudar
A renovar nossa esperança

Eu nunca imaginei
Que pudesse acontecer
Conhecer o seu Nissinho
Um cabra pequenininho
Mas que faz acontecer

Voltando pra Lagoa do Timbó
Conhecemos um sítio importante
O dono é seu Adalton
Um cabra não muito alto
Mas tem uma mente brilhante

Lá o almoço foi natural
Ele mesmo produz seus alimentos
A comida tava uma delícia
Até quem estava com preguiça
Aproveitou nosso momento

E pra finalizar essa prosa
Gostaria de fazer uma observação
Conhecemos a professora Camila
Uma pessoa muito querida
Por ser mestre em segurança da alimentação.

Nossa manhã foi agradável
Aprendemos a nos alimentar melhor
Descascar mais, desembalar menos
Cuidado para não ingerir veneno
Da sua saúde tenha Dó

Ao nosso querido Deus
Aqui fica nossa gratidão
Ao povo que nos acolheu
Por tudo o que aconteceu
Agradecemos também a equipe de organização.

Intercâmbio na Comunidade Lagoa do Timbó, em Jacobina/BA

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

6º Encontro: Intercâmbios em Comunidades Rurais

As experiências agroecológicas de famílias que lutam por direitos e políticas fundamentais para a permanência no Semiárido com vida digna
  Foto: Robervânia Cunha
Divididos em grupos, os/as participantes seguiram para comunidades rurais de municípios no Piemonte da Diamantina

Texto produzido com a colaboração de: Gutemberg Rios (COFASPI), João Nunes (COFASPI), Luna Layse Almeida (Comunicação COFASPI), Marcelo Mercês (COFASPI), Robervânia Cunha (Comunicação MOC), Robson Aglayton (COFASPI) e Tamara Rangel (COFASPI)
 
Na manhã do dia 7 de dezembro, participantes do 6º Encontro de Agricultores/as Experimentadores/as, vindos de diversos territórios do Semiárido baiano, realizaram visitas de intercâmbio em comunidades rurais de municípios localizados no Piemonte da Diamantina. Foram cerca de 250 agricultores/as participando das trocas de saberes que, divididos em oito grupos, se deslocaram para conhecer experiências de famílias rurais que tem acesso a políticas que garantem a permanência e vida digna no campo. Conquistas que são resultado de lutas coletivas, mas muitos desses direitos sociais estão sendo retirados das famílias agricultoras.
Para o ano de 2018, o Governo Federal prevê cortes de orçamentos para a agricultura familiar e programas no Semiárido. Em meio à essa conjuntura de desafios, nas comunidades rurais os/as agricultores/as buscam manter a articulação e a produção de alimentos, como é possível identificar, por exemplo, a partir das experiências - visitadas durante os intercâmbios do 6º Encontro de Agricultores/as Experimentadores/as - de famílias que são acompanhadas por equipes de organizações como a COFASPI, por meio de projetos financiados por parceiros/as. Conheça um pouco mais sobre cada uma dessas experiências que têm foco em sistemas como produção agroecológica, extrativismo sustentável, manejo de caprino para produção de leite, turismo comunitário ecológico, criação de peixes, produção de plantas medicinais, acesso a políticas da agricultura familiar, beneficiamento e comercialização de produtos.

Comunidade Mata do Estado – Capim Grosso/BA
Foto: João Nunes
Na propriedade de Pedro Calado e Nativa Brito, que fica na zona rural à 5 km da sede do município de Capim Grosso/BA, o intercâmbio foi iniciado com uma roda de conversa para que todos/as se apresentassem. Seu Pedro já aproveitou para contar sobre uma receita de xarope caseiro - feito com variados tipos de plantas medicinais. Em uma volta pela roça, foi fácil perceber a diversidade e que o agricultor sabe muito bem os benefícios de cada variedade: “É um sabedor das ervas medicinais”, relataram os/as agricultores/as visitantes. A família também produz hortaliças agroecológicas e faz rotação de culturas, tendo o cuidado de adubar melhor os canteiros que estiverem com insetos, para contribuir no controle.
Na caminhada, logo notaram ainda as flores que fizeram com que o agricultor ganhasse o apelido de Pedro das Flores. Todos os cuidados para manter as diversas produções dependem do trabalho diário e conjunto do casal, que também comercializa mudas e hortaliças na feira do município. Ao final, à sombra da Cajazeira, entre prosas e risos, foi servido o almoço feito por Pedro e Nativa, de onde era possível avistar a cisterna calçadão rodeada do verde das mudas.

Comunidade Tigre – Capim Grosso/BA
Foto: Luna Layse
            Após a chegada à comunidade Tigre, localizada a 15 km da sede de Capim Grosso/BA, a caminhada pela propriedade da família de José Milton e Jenilza Silva iniciou depois de observar o processo para triturar a palma na máquina forrageira. Trabalho costumeiro no local, onde a criação da cabra leiteira é uma das principais atividades e a palma, assim como o mandacaru, é um dos alimentos fornecidos aos animais. “Eu amo essa luta da roça. Levanto às quatro da manhã e vou com ele (José Milton) tirar leite”, descreve a esposa Jenilza. Diariamente são colhidos cerca de 110 litros e um dos desafios na região está na comercialização do produto. O agricultor Zé Milton, como é mais conhecido, relata a falta de apoio dos poderes públicos e a dificuldade de vender leite de cabra no município.
            Durante a visita, chamou a atenção de todos/as o porte dos animais que são alimentados geralmente três vezes ao dia. São, em média, 30 cabras. Mas uma curiosidade que atraiu ainda mais os olhares dos/as participantes do 6º Encontro foi um dos bodes que, assim como as cabras, produz leite. Descrentes dessa rara característica, o grupo se convenceu depois de ver Seu Milton tirar leite do bode e fizeram questão de depois contar para os/as colegas sobre o “bode que dá leite”.

Comunidade Coxo de Dentro – Jacobina/BA
Foto: Robson Aglayton
            A bela paisagem composta por enormes serras, a abundância de água nos córregos, em uma localidade de vegetação de mata sub-úmida em que o canto dos pássaros encanta, a todo momento fez ressoar entre os participantes do 6º Encontro a expressão de fascínio: - Aqui é o paraíso... quero morar aqui! Ao todo, vinte e duas pessoas, de municípios e realidades distintas, foram recebidas pela anfitriã Dona Luiza - uma das representantes da comunidade Coxo de Dentro que trabalha com extrativismo sustentável - tendo cuidados com a preservação da natureza - e beneficiamento do coco babaçu. Ela apresentou as instalações, produtos e o modo como fazem os beneficiamentos, em um processo que envolve a colheita, quebrar a casca dura do babaçu, além de produzir alimentos, cosméticos e bijuterias. Com o babaçu, é possível fazer óleo e torta de babaçu, bem como, o sabonete, creme hidratantes, dentre outros produtos.
            Na comunidade, também há famílias agricultoras produzindo hortaliças de modo agroecológico. A agricultora Maria da Conceição Correia, mais conhecida como Ceiça, apresentou sua área de produção. Na propriedade também há instalações do Projeto PAIS – Produção Agroecológica Integrada e Sustentável, desenvolvido pela Cooperativa de Consultoria, Pesquisa e Serviços de Apoio ao Desenvolvimento Rural Sustentável (COOPESER) com parceira da COFASPI. Dona Ceiça explicou a forma de funcionamento desse projeto, em que, no mesmo espaço ela cria galinhas, faz o plantio de hortaliças, plantas medicinais e ao redor árvores frutíferas, sendo a bananeira a mais abundante. Após os diálogos, ao chegar do início da tarde, o almoço na propriedade de Ieda Amaral e sua filha Jamile deixou todos/as maravilhados, com a oferta de alimentos preparados com produtos da horta familiar e também do Projeto PAIS. Nas avaliações do intercâmbio, vários depoimentos trataram da harmonia entre a natureza preservada e a produção agrícola, envolta pelas as belezas naturais, a abundância de água, boa organização do grupo de produção da associação, além de saber que muitas das famílias participam da Rede de Feiras Agroecológicas Solidárias do Piemonte (REFAS Piemonte), comercializando alimentos saudáveis semanalmente na feira de Jacobina/BA.
           
Comunidade Lagoa do Timbó, no distrito Itaitu – Jacobina/BA
Foto: Tamara Rangel
Vinte agricultores do 6º Encontro visitaram a comunidade Lagoa do Timbó, situada a cerca de 15 km da sede do município de Jacobina/BA. O grupo foi recebido por Seu Nissinho, agricultor que a 15 anos produz com a família de modo agroecológico. Ele integra a REFAS Piemonte e também comercializa alimentos na feirinha de Jacobina/BA. Seu Nissinho logo apresentou a área em que realiza compostagem e demonstrou como faz e aplica compostos orgânicos nos canteiros.
O grupo fez ainda uma caminhada até o curral, onde o agricultor mostrou a ureia de vaca e ensinou como pode ser utilizada como defensivo natural na plantação. Por fim, sempre tirando dúvidas e trocando experiências, mostrou a área produtiva de onde saem, diretamente para as feiras agroecológica, as frutas, feijão, batatas, abóbora, milho, quiabo, dentre outras verduras e legumes saudáveis, todos produzidos sem uso de venenos químicos.
Outra experiência que os participantes conheceram foi a da família do agricultor Adalto. Ele primeiro apresentou o tanque com criatório de peixes alimentados de maneira orgânica. O agricultor também explicou como funciona o sistema PAIS e deu dicas de produção agroecológica das hortaliças, destacando o plantio do maracujá, produzido com aproveitamento de diversos espaços da propriedade, como, por exemplo, no telhado no galinheiro. Em seguida, o grupo se reuniu para relatar as experiências e trocar conhecimentos, onde muitos destacaram a importância do aproveitamento de adubos da própria produção na roça e uso de esterco dos animais para retroalimentar o sistema. O intercâmbio foi finalizado com um delicioso almoço preparado com alimentos produzidos pela família de Adalto.
  
Comunidade Almas – Miguel Calmon/BA
           
Foto: Robervânia Cunha
No Rancho Paraíso, o agricultor José Nilton Santos (mais conhecido como Zé Moto Jegue) e a professora Darticleia Santos receberam os/as visitantes para partilharem práticas agroecológicas. “Quando me mudei pra cá não tinha nada, era só mato. Hoje tá desse jeito, fui fazendo aos poucos e pretendo melhorar cada vez mais”, expressou Zé.
O compartilhamento foi em torno de manejo e conservação da terra e da água, uso de biofertilizantes, sobre criação animal, o uso do biodigestor – que produz gás metano para abastecer o fogão, sendo uma alternativa para diminuir gastos domésticos da família. Também chamou atenção uma prática conhecida por muitos agricultores/as como mandala (hortaliças cultivadas em forma de círculo junto ao criatório de galinhas), que na comunidade Almas faz parte do projeto PAIS.
Entre belezas, encantos e muitos aprendizados, conheceram ainda a propriedade vizinha, da família do agricultor Jorge Araújo, que mostrou com muita satisfação o fruto de seu trabalho do dia a dia. Uma diversidade de hortaliças e forrageiras, entre outras produções agroecológicas.

Comunidade Giral – Caém/BA
Foto: Bruno Dowbor
Em Caém/BA, os/as visitantes conheceram experiências de comercialização feita por agricultores/as que integram a associação da comunidade Giral. Muitos vendem suas produções agroecológicas de hortaliças e produtos beneficiados para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), aumentando a renda familiar.
Durante conversa com a agricultora Lízia Pinho, dialogaram sobre técnicas sobre manejo e adubação. Também foram a propriedades das famílias de Elisângela, presidente da associação, do jovem Jogleidson Santos e do agricultor Dorivaldo. Elisângela destacou que o plantio da mandioca tem diminuído devido à baixa quantidade de chuvas na região e, por meio do incentivo da Cofaspi durante acompanhamento à implementação de tecnologias sociais na comunidade, a exemplo das cisternas, houve o incentivo a busca de alternativas de produção na comunidade. Atualmente uma das maiores fontes de renda é a venda de hortaliças.

Comunidade Bom Jardim – Caém/BA
Foto: MOC
            A produção e comercialização de derivados da mandioca é uma das principais atividades desenvolvidas nas comunidades Bom Jardim e Monteiro, em Caém/BA. Agricultores/as que integram a Associação Quilombola dos Produtores de Mandioca de Bom Jardim e Monteiro (Aquibom) mostraram o espaço onde são produzidos alimentos como o beijú, um dos mais vendidos pela associação e que também chega em escolas do município, por meio do PNAE.
A associação tem cerca de 40 membros e foi fundada há 10 anos, contribuindo para garantir a mobilização de moradores/as das comunidades Bom Jardim e Monteiro. Um dos desafios nessa região é a luta pela regularização de terras. Grande parte dos moradores/as ainda não tiveram suas áreas reconhecidas. Articulado por meio da associação comunitária, mantêm a busca de acesso a direitos, que já garantiu conquistas como aumento da geração de renda, ter um posto de saúde e creche na própria comunidade.

Comunidade Coqueiro – Mirangaba/BA
Foto: Marcos Machado
Participantes do 6º Encontro conheceram a experiência de turismo comunitário e ecológico do Grupo Grota Quilombola, formado por jovens das comunidades quilombolas Palmeiras e Coqueiro, para dialogar sobre a articulação da juventude e o enfrentamento aos principais desafios na região. Entres prosas e cotação de causos, conheceram a experiência do grupo formado após a participação de jovens da localidade no Curso de Formação de Lideranças da Juventude, organizado pela COFASPI, com apoio da Coordenadoria Ecumênica de Serviços.
No intercâmbio, também acompanharam, na propriedade da família de Paulo Francisco e Creusa Tereza, a produção de alimentos orgânicos que servem para o consumo familiar e a comercialização realizada semanalmente na feira agroecológica em Mirangaba/BA. O casal integra a REFAS Piemonte e se orgulha de falar sobre os benefícios da alimentação agroecológica. Antes, Seu Paulão – como é mais conhecido - conta que produzia de modo convencional, com o uso de venenos químicos, e notava os prejuízos ocasionados, afetando a própria saúde, além de perceber os danos que eram provocados à natureza.

*O 6º Encontro de Agricultores/as Experimentadores/as é organizado pela Cooperativa de Trabalho e Assistência à Agricultura Familiar Sustentável do Piemonte (COFASPI), com o fundamental apoio de parceiros/as, como a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), e a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) do Governo da Bahia, por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR).

Foto: Robervânia Cunha

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

6º Encontro de Agricultores e Agricultoras Experimentadores/as discute sobre direitos e políticas sociais no Semiárido





Na próxima quarta-feira (6), começa, em Jacobina/BA, o 6º Encontro de Agricultores e Agricultoras Experimentadores/as. Na sexta edição do evento, que ocorre em um momento de conjuntura política com cortes de orçamentos de programas sociais e redução de políticas públicas na região Semiárida, será discutido o tema “Convivência com o Semiárido, Agroecologia e Agricultura Familiar: desafios e perspectivas". O Encontro é organizado pela Cooperativa de Trabalho e Assistência à Agricultura Familiar Sustentável do Piemonte (COFASPI), com o fundamental apoio de parceiros/as, como a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), e a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) do Governo da Bahia, por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR).
A abertura do 6º Encontro de Agricultores e Agricultoras Experimentadores/as - que deve reunir, em média, 300 agricultores/as familiares com o intuito de propiciar trocas de experiências agroecológicas e da economia solidária – será no Clube 2 de Janeiro, Centro de Jacobina/BA, às 14h. Também participam do evento representantes de organizações do Semiárido, militantes de movimentos sociais e representantes de poderes públicos. A programação do dia 6 de dezembro inclui ainda painel temático, às 16h, que dialoga sobre o tema do evento para discutir políticas e direitos sociais no Semiárido, fundamentais para a permanência das famílias no campo com vida digna.
“Eu nasci no Inácio João, mas precisei morar fora, e quando eu estava como agente de saúde vieram as cisternas que a gente conseguiu e eu pensei na possibilidade de voltar para as minhas origens (...). A agricultura é algo que me dá mais prazer porque eu imagino hoje que a gente faz saúde com os produtos de qualidade, com os produtos agroecológicos”, relata a agricultora Janete Rodrigues de Caém/BA.
As articulações nas comunidades rurais e lutas políticas tem sido fundamental para buscar a manutenção do acesso a políticas sociais que tem contribuído para a melhoria da qualidade de vida no campo e conquista de autonomia das famílias rurais, a exemplo de projetos para implementar tecnologias de armazenamento da água da chuva, produção e comércio de alimentos saudáveis, assistência técnica, dentre outros. Para o ano de 2018, o Governo Federal prevê cortes de orçamentos para a agricultura familiar e também para projetos sociais no Semiárido. O que motiva o diálogo sobre os desafios e perspectivas no campo.
“Precisamos refletir sobre os avanços que a gente teve, a conquista de direitos sobretudo no Semiárido e a quantidade de famílias que puderam acessar direitos básicos e políticas públicas. Depois, observar de que maneira isso nos foi tomado. Essa é a importância do debate, é perceber que por interesse particular de grupos que estão à frente do poder econômico do país, o acesso a direitos e políticas foram retirados dos agricultores e agricultoras. Então, precisamos fortalecer o debate político nas comunidades e organizações para que a gente possa continuar lutando por esses direitos”, destacou o diretor-presidente da COFASPI, Leonardo Lino.
O 6º Encontro de Agricultores e Agricultoras Experimentadores/as tem ainda o objetivo de valorizar as culturas locais e regionais. Serão realizadas noites culturais com participação de atrações locais, Raimundo Sodré, Flávia Wenceslau, Roberto Mendes e Maviael Melo. Na quarta (6) e quinta-feira (7), a programação cultural gratuita inicia às 19h, na concha acústica do Bairro Missão, onde também terá venda e exposição de produtos da agricultura familiar. Já na sexta-feira (8), as atividades culturais ocorrem na Praça Céu da Artes. Para mais informações, os/as interessados/as podem entrar em contato por meio do telefone: (74) 3622-0017.

COFASPI – A cooperativa é uma entidade social que atua em cidades da região Nordeste e busca conhecer a realidade de agricultores e agricultoras, envolvendo as três dimensões da sustentabilidade: ambiental, social e ecológica. Por meio de projetos, a COFASPI também busca contribuir para o acesso a políticas públicas da agricultura familiar, colaborar na implementação de tecnologias sociais de armazenamento de água da chuva, bem como, em ações para fomentar a produção agroecológica e segurança alimentar com metodologias participativas que visam favorecer a escuta, o diálogo e a troca de aprendizados com agricultores e agricultoras familiares.

Texto – Luna Layse Almeida (Comunicação COFASPI)


domingo, 12 de novembro de 2017

ASA, FBAF e AABA divulgam nota pública sobre manifestações populares em Correntina

Foto: arquivo site notícias da Lapa
NOTA PÚBLICA

A Articulação do Semiárido da Bahia - ASA Bahia, o Fórum Baiano da Agricultura Familiar - FBAF e a Articulação de Agroecologia na Bahia - AABA apoiam totalmente os protestos que ocorreram no dia 02 de novembro último, em Correntina, em defesa do uso público das águas e contra a degradação gerada pelo agronegócio naquela região.

 Ao mesmo tempo, endossamos os posicionamentos da Comissão Pastoral da Terra - CPT, dos movimentos populares da região de Correntina e da Deputada Neuza Cadore, que em declarações na Assembleia Legislativa e fora dela, manifestou-se a favor dos interesses públicos e contrária aos processos predatórios que se desenvolvem na região de Correntina.

Com o ato, as comunidades de Correntina, especialmente aquelas dos Fundos e Fechos de Pasto, organizações da sociedade civil e Sindicatos de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais denunciam a crescente devastação da Caatinga, do Cerrado e do que ainda resta de Mata Atlântica naquela região. O agronegócio vem, progressivamente, determinando a morte do Rio Corrente e depredação do aquífero Urucuia, através da retirada de água, sem critérios, para irrigações predatórias que se multiplicam por aquela região.

Este ato e manifestações somam-se ao clamor público sobre a situação, já há mais tempo denunciada, do Rio São Francisco, com sua morte decretada pelos mesmos procedimentos predatórios que ora se fazem sentir em Correntina. As multidões vão às ruas exigindo o cumprimento da legislação de proteção ambiental, legislação esta que vem sendo descumprida largamente nesta região e em outras de nosso Estado. O Cerrado continua sendo desmatado, as matas ciliares derrubadas, os afluentes dos rios sendo gradativamente transformados em rios intermitentes.

Se depredamos a região de Correntina, se desmatamos o Cerrado e a Caatinga, se castigamos a reserva de Urucuia, se expulsamos de suas terras as comunidades tradicionais que zelam por estes biomas e estas águas e delas se consideram seus guardiões, se damos ao Rio Corrente o mesmo destino que já demos ao São Francisco, que adianta falarmos em desenvolvimento?

Devastar florestas, depredar rios e reservas é cometer um crime hediondo, pois nega perspectivas da vida às populações atuais, assim como a milhares pessoas que virão depois de nós. Não temos o direito, sob a alegação de gerar recursos e de um pseudodesenvolvimento, de legar aos nossos pósteros rios intermitentes ou secos, reservas devastadas, florestas dizimadas, terras desertificadas.
Não se justifica ação policial contra os manifestantes e nem a criminalização dos movimentos sociais, como começa a acontecer. Isso não resolve. Piora. A população busca direitos violados. E não abdicará de buscá-los mesmo sendo incriminados e expostos à injusta ação policial.

Queremos uma reunião urgente com o Governador do Estado e os Secretários do Desenvolvimento Rural, do Meio Ambiente, da Segurança Pública e da Casa Civil, juntamente com outros atores que apoiam os movimentos, para debater e direcionar questões relativas às aguas naquela região, assim como às terras em que vivem as comunidades tradicionais.

Avaliamos que esta demanda será de logo atendida pelo Governo do Estado e que poderemos construir caminhos de solução deste conflito.

A ASA Bahia, o FBAF e a AABA se colocam à disposição para esta construção, ao tempo em que reiteram o apoio aos movimentos sociais de Correntina e se colocam absolutamente contra toda e qualquer tentativa de incriminação dos mesmos.

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Assembleia de Constituição da Cooperativa REFAS foi realizada em Jacobina/BA



Agricultores/as eleitos/as para Conselho Fiscal e Diretoria Executiva

 Agricultores e Agricultoras familiares da Rede de Feiras Agroecológicas Solidárias do Piemonte (REFAS Piemonte) se reuniram em assembleia, na última quarta (8), para constituir cooperativa. Após aprovação de estatuto, foi feita eleição de membros do Conselho Fiscal e da Diretoria Executiva. A assembleia, que foi convocada pela agricultura Elaine Ribeiro, integrante da Comissão de Constituição, ocorreu no Centro Cultural de Jacobina/BA.
A assembleia ocorreu no Centro Cultural de Jacobina/BA
Também participaram representantes de poderes públicos, parceiros/as da REFAS Piemonte e integrantes da COFASPI, que desenvolve projeto de apoio às feiras agroecológicas, por meio de convênio com a Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Transporte da Bahia. “A história da Cofaspi se confunde com a história das feiras agroecológicas. Então, é uma satisfação enorme chegar a essa conquista e poder auxiliar uma organização com agricultores/as que optaram por produzir de forma agroecológica, sem utilizar venenos e com uma maneira de comercialização que respeita todos/as”, ressaltou o diretor-presidente da Cofaspi, Leonardo Lino.
Ao final, foi feita uma homenagem simbólica à REFAS com a entrega de uma placa com a data de constituição da cooperativa e que expressa uma das essências do cooperativismo: “Quando nos unimos para o bem comum, somos mais forte”. O diretor eleito na assembleia de constituição da Cooperativa REFAS, Antônio Santos, expressou a gratidão pela homenagem e a parceria com a COFASPI.