Comercializar
os produtos da agricultura familiar em espaço próprio e toda semana não é mais
uma realidade distante para as/os agricultores/as do Território de Identidade
do Piemonte da Diamantina, na Bahia. Desde o ano de 2003 esta prática vem se
tornando frequente na região e com isto garantindo a pequenos agricultores
inserção no mercado local. Eles garantem em média 800 reais por mês e com isto
uma segurança a mais para continuar produzindo de forma agroecológica.
O
Projeto das Feiras Agroecológicas Solidárias do Piemonte realizado pela COFASPI
(Cooperativa de Assistência a Agricultura Familiar Sustentável do Piemonte)
desde 2012, com o apoio do BNB e da SETRE-BA, tem como objetivo estimular e
fortalecer através dos Fundos Rotativos Solidários, o grande potencial da
agricultura familiar no abastecimento de feiras locais com produção de base
agroecológica, dessa forma os alimentos produzidos são limpos, livres de
agrotóxicos, com alto valor nutritivo e estão gerando impactos positivos na
dimensão sócio econômica, na saúde da população urbana e rural dos
municípios.
Ressalta-se
também, sua importância na preservação do bioma caatinga, na cultura regional
do semiárido e nos hábitos alimentares tradicionais e camponeses.
Além
disso, o projeto também oferece assessoria técnica, formação através de cursos
e intercâmbios para as agricultoras e agricultores, bem com viabiliza
equipamentos necessários para a montagem estrutural das feiras. As feiras
abrangem dez municípios do Território de Identidade Piemonte da Diamantina
(Saúde, Caém, Jacobina, Serrolândia, Miguel Calmon, Ourolândia, Várzea Nova,
Umburanas, Capim Grosso e Mirangaba), atendendo cerca de 100 famílias.
Para
a coordenadora da Rede, Janete Rodrigues da Silva, agricultora do município de
Caém, estas ações irão contribuir para livrar os agricultores dos
atravessadores, “onde tenham espaço para comercializar suas produções”. Ela
indica que o maior desafio da consolidação da rede e das feiras é conscientizar
as pessoas sobre a importância de uma agricultura orgânica.
Hoje
as camponesas e os camponeses que já desenvolviam agricultura familiar de forma
sustentável contam com esta organização para venda direta dos seus produtos.
Outros encontram este canal para fortalecer ainda mais a prática da agricultura
de forma sustentável.
Esta
prática vem demonstrar as potencialidades do meio rural da região Semiárida
baiana, que muitas vezes é vista e tachada como fonte de problemas sociais e
econômicos. Neste sentido, atualmente, através de ações e organizações sociais
em parceria com pessoas das comunidades, vem se construído uma ideia e uma
prática de Convivência com o Semiárido.
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