O intercâmbio intermunicipal é uma das ações do Programa Uma
Terra de Duas Águas (P1+2), da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), executado
pela Cooperativa de Trabalho e Assistência à Agricultura Familiar Sustentável
do Piemonte (COFASPI). Que visa à troca de experiências e saberes dos bons
frutos que agricultura familiar proporciona as famílias do campo, criando
alternativas e condições de conviver com os desafios de sua terra, como as tecnologias
sociais para produção de alimentos, que chega trazendo mais que apenas uma
construção, mas momentos de formação e mobilização de práticas agroecológicas
para fortalecer a convivência no Semiárido. Dessa vez um grupo de agricultores
e agricultoras de comunidades de Capim Grosso/BA visitou experiências exitosas
na comunidade Várzea Nova, município de Jacobina.
Na oportunidade Geisa e Lindalva contaram um pouco da história
de organização da comunidade de Várzea Nova, além da importância de produzir
alimentos orgânicos, com base nos princípios agroecológico, e outras práticas
que fortalece a convivência no Semiárido. “A nossa intensão primeira em
produzir orgânico é nosso consumo. Depois vendemos o excedente, nos organizamos
em 8 famílias para abastecer uma barraca e comercializar. Então todo domingo
vendemos alimentos naturais no Junco de Jacobina”, relata Geisa.
Segundo Lindalva a comunidade vem lutando por melhorias há
muitos anos, mas a produção orgânica só foi possível com a chegada das
cisternas-calçadão, que trouxe também momentos de formação importantes, como
manejo da terra, manejo da água e estratégias de produzir sem uso de veneno. “A
gente trabalha com a cisterna aqui já tem 03 anos, eu fui à segunda contemplada
e ai vocês viram o que a gente consegue produzir ali, um alimento saudável,
porque o mais importante é a gente não usar agrotóxicos, a gente vai usando
defensivos naturais que dá certo”. Lindalva conta ainda da união da comunidade
para conquistar outras necessidades. “A gente unidos consegue muito mais, já
temos água encanada, luz e queremos muitas outras coisas para nossa comunidade.
Sabemos que juntos na luta venceremos para viver melhor na nossa região”.
Os participantes do encontro estavam deslumbrados com as
possibilidades de poder produzir uma diversidade de alimentos naturais em casa.
“Eu quero umas berinjelas dessas lá em casa”, disse dona Paula. “Estou sonhando
para terminar logo minha cisterna e Deus mandar suas graças para eu poder
produzir alimentos saudáveis com tanta riqueza como aqui”, expressa dona Júlia.
Alegria e satisfação de participarem pela primeira vez de um intercâmbio ressaltavam
nos olhares.
Nesse sentindo, a avalição do encontro foi positiva e deixou
gostinho de quero mais, na certeza de que momentos como esses soma muito no
aprendizado de cada um, incentivando e movimento saberes e estratégias que dão
certo nesse Semiárido cheio de possibilidades.
Robervânia Cunha, Comunicadora da COFASPI
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